Paz efectiva, dívidas ocultas e falta de transporte público foram tónica dominante dos discursos proferidos hoje, em Maputo, no encerramento da V sessão ordinária da Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano.
O país tem vivido, felizmente, um ambiente de paz há cinco meses. Enaltecemos os esforços do Presidente Filipe Nyusi que com a sua lucidez se estabeleceu uma plataforma ideal de diálogo, com maior interacção, envolvimento e apropriação das partes. Ė o que temos assistido no actual processo de diálogo entre o governo e a Renamo (o maior partido da oposição), disse a Presidente do parlamento, Verónica Macamo.
Segundo ela, vemos também um sentimento de pacificação no discurso do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, cujos pronunciamentos públicos merecem a nossa satisfação e saudação.
Por sua vez, a chefe da bancada parlamentar da Frelimo, o partido governamental, Margarida Talapa, disse ser sob liderança do Presidente Nyusi que já se podem ouvir declarações antes impossíveis quanto ao reconhecimento de que a paz e a estabilidade são bens muito valiosos.
Ė sob liderança do Presidente Nyusi que ouvimos declarações antes impossíveis de reconhecimento de que a paz e a estabilidade do país são bens muito mais valiosos do que quaisquer interesses individuais. Apelamos para que o compromisso de acabar definitivamente com a instabilidade militar seja de homens de boa vontade, afirmou.
Enquanto isso, a chefe da bancada da Renamo, Ivone Soares, encorajou a Nyusi e Dhlakama pelo esforço que vem empreendendo na busca da paz duradoira. Esse esforço não tem sido fácil uma vez que tem enfrentado inimigos da paz e harmonia. O diálogo ao mais alto nível é o modelo encontrado para facilitar o trabalho que está sendo desenvolvido.
O líder da Renamo anunciou a 04 do mês em curso a prorrogação da trégua, desta feita por tempo indeterminado.
Para a segunda maior força da oposição, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), os ventos da paz que sopram de forma tímida renovam a esperança de uma Nação que tem de sarar feridas.
Exigindo, claramente, o envolvimento de outros actores da vida social e política, o chefe da bancada do MDM, Lutero Simango, disse que a paz e reconciliação nacional devem ser agenda nacional, envolvente e inclusiva.
Sobre a inscrição das dívidas avalizadas pelo Estado a favor das empresas Proindicus e MAM na conta geral do Estado de 2015, Verónica Macamo reiterou que a sua inclusão na conta visou, essencialmente, permitir maior controle das acções subsequentes de acompanhamento e fiscalização por parte do parlamento.
Nós, bancada da Frelimo, concordamos que a inclusão de garantias e avales na conta geral de 2015 não pode nem deve impedir o curso da auditoria internacional e que a Procuradoria-Geral deve tomar as acções que se julgarem necessárias em defesa dos interesses colectivos, onde se inclui o Estado, disse, por sua vez, Margarida Talapa.
Para Ivone Soares, estamos todos atentos e seguiremos com toda a atenção necessária os resultados que forem apresentados pela Kroll.
A filial britânica da Kroll, encarregue de auditar os contornos da divida da Proindicus e MAM, deverá entregar esta Sexta-feira (12 de Maio), `a Procuradoria-Geral, o respectivo relatório.
A nossa posição, como bancada parlamentar do MDM, é que o povo não deve pagar as dívidas ocultas. Muito menos que as mesmas sejam inscritas nas contas gerais do Estado, disse Lutero Simango.
No tocante ao transporte público, Verónica Macamo disse ser um dos maiores constrangimentos que o país vive. No capítulo dos constrangimentos que o país vive, gostaria de fazer referência ao sector de transporte publico.
Ė sabido que este sector ainda constitui um grande problema para mobilidade das populações, sobretudo nas cidades. Encorajamos o governo para que, em interacção com os vários actores do sector, continue a encorajar soluções duradoiras e sustentáveis, acrescentou.
Tal como a paz, dívidas e transporte público, os discursos dos intervenientes na sessão de encerramento da V sessão ordinária do parlamento também trataram, entre outras matérias, do impacto das calamidades naturais, o elevado custo de vida, o abastecimento de água e a comercialização agrária.
mz/sn
AIM – 11.05.2017
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