Na política do Governo da Frelimo é normal o anormal e mais absurdo tornar-se normal, um dito hoje transformar-se em um não dito. Nesta ordem de ideias, aqueles que têm como dever profissional e patriótico de defender o povo e o Estado e manter a ordem e tranquilidade públicas também fazem sempre o contrário, tornar-se inimigo verdadeiro do povo, senão verdadeiros mercenários do Estado e do povo sob um olhar pávido e cúmplice dos dirigentes do alto nível do governo.
Se estão recordados, faz alguns meses atrás que o comandante provincial da polícia da Zambézia escalou o distrito de Morrumbala. No seu discurso ao povo presente questionava ironicamente porque o povo fugia dos homens da FIR/FDS e não faziam o mesmo com os homens armados da Renamo. O que acontece é que os homens da Renamo tanto armados e civis, convivem harmoniosamente com as populações, eles não assustam, não pilham os bens da população, não humilham, não violam sexualmente as mulheres quando vão tirar água nos poços ou rios, não torturam a ninguém. Pelo contrário, estas atrocidades e crimes contra a humanidade são frequentemente cometidos ou praticados por aqueles que deviam zelar pela ordem, segurança e tranquilidade dos cidadãos. FDS e FIR/GOE e a policia em geral. Assim eles se tornaram verdadeiros inimigos do povo. De um lado, um inimigo a fugir e do outro, um inimigo a combater.
Isto justifica o porque quando as FDS/FIR chega numa povoação, a população entra em pânico e fica cheia de medo e até chegar a abandonar as suas casas. No entanto, quanto aos homens da Renamo, a população comparte com eles o seu dia a dia e é a própria população que alimenta a esses homens. Estes grupos assim como o próprio governo da Frelimo não merece confiança no seio do povo moçambicano. Da parte do governo porque passa o tempo mentindo e enganando o povo nos seus discursos, fala uma coisa e amanha muda tudo. Fala de paz e diálogo e logo manda atacar o irmão que pensa diferente; lamenta-se de não ter dinheiro para colocar paracetamol nas farmácias publicas e gasta montão dinheiro para compras blindados para caçar esses homens que muito bem convivem com o povo.
Por isso, o discurso do PR sobre o apelo de ponderação do desarme compulsivo dos guerrilheiros da Renamo e prontidão de dialogar com Dhlakama e outros, há que suspeitar muito. Ninguém pode nos garantir se não é outra estratégia para convencer que Dhlakama saia do lugar onde está e matar, já que não conseguiram fazer nas cinco vezes anteriores. Falo do cerco e invasão da casa dele em Março de 2012 em Nampula, do assalto em Santunjira, das emboscadas de 12 e 25 de Setembro e do cerco e invasão da residência dele nas Palmeiras na cidade da Beira.
Se de verdade ele e o seu governo quer diálogo para devolver a paz que eles tiraram aos moçambicanos, mostre-nos com acções concretas. Comece por tirar todos os militares estacionados nas imediações por onde estão os homens da Renamo, desde Santunjira, Sabe, Muxungue, Save e outros lugares. Depois daí, é que pode falar de diálogo com Dhlakama. Não diga que não há propostas concretas, nós damos e ele quer propostas segundo o pensamento e desejo de retorno a guerra. Por isso diz que não há sugestões. Como é possível, depois dos bispos lhes darem recomendações diz que ninguém lhe dá propostas concretas? Afinal o eu quer?
Repito, ordene a recolha de todos os efetivos do local improprio onde encontram estacionados. Existem os quarteis, comandos e esquadras que são lugares próprios para eles e não no mato, se bem que não estão em guerra. Se são amantes da guerra e violência, então continuem a endurecer o coração com os seus discursos belicistas. Façam isto e recuperem a confiança do povo, senão esse povo cansado de humilhações em todas dimensões, um dia se revoltará seriamente e por mais que usem esses inimigos acima mencionados para lhes matar, não o derrotará. Vamos construir um país uno e indivisível, com igualdade de oportunidades. não se justifica que as províncias com mais riqueza natural sejam as mais empobrecidas, as mais extensas ou populosas, tenham o mesmo orçamento com as mais pequenas e menos populosas. Pensem bem....!
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