20-11-2015 15:22:11
Haia, 20 Nov (AIM) A África do Sul questiona porque é que o Tribunal Penal Internacional (TPI) não persegue os acusados de crimes de guerra contra palestinos e afegãos com o mesmo vigor com que persegue o presidente sudanês, Omar al-Bashir.
Falando esta semana na Assembleia dos Estados Membros em Haia, a Ministra das Relações Internacionais da África do Sul, Maite Nkoana-Mashabane interrogou: Perguntamos a nós próprios, tal como muitos, porquê não houve investigações no Afeganistão, no Iraque e na Palestina, depois de um longo periodo de análise preliminar, embora existam claras evidências de violações?
Será que é porque essas investigações poderão incriminar as grandes potências?, indagou.
'Muitos vão pensar que estamos a levantar estas questões por causa dos acontecimentos de Junho último, mas faço-vos recordar que temos levantado estes assuntos desde 2010, afirmou.
A África do Sul permitiu que al-Bashir saisse do país em violação a uma ordem do tribunal de Pretória.
O avião de al-Bashir partiu da base da Força Aérea de Waterkloof, em Pretória.
Sobre os recentes ataques terroristas em França, Líbano, Afeganistão, Quénia, Iraque e Nigéria, Nkoana-Mashabane disse: Estes actos de terror e violência recordam-nos que não é exagero dizer que o mundo entrou numa nova era de desordem.
A fonte disse que a África do Sul adoptou o Estatuto de Roma em 1998, do qual nasceu o TPI. Este é nosso tribunal e nós temos a responsabilidade de interrogar se ele ainda reflecte os princípios e valores que nortearam a sua criação, disse.
A governante sul-africana considera que o TPI é manipulado pelos membros permanentes do Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas, que usam o seu poder de veto para se proteger a si e aos seus aliados.
Ano passado, a Rússia e a China usaram o seu poder de veto no CS para bloquear pedidos ao TPI para se investigar os acontecimentos na Síria.
O governo da África do Sul disse que pretende rever a sua ratificação do estatuto.
(AIM)
Times/bm/sn
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