"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quinta-feira, 18 de julho de 2019

Telhado de vidro de Filipe Nyusi pode levar à recondução de Beatriz Buchili




De fontes fidedignas do Judiciário, "Justiça Nacional" soube que o Presidente da República pode vir a reconduzir Beatriz Buchili para mais um mandato como Procuradora-Geral da República. Ela não chantageou Filipe Nyusi, mas é a única que tem o domínio exclusivo do dossier das dívidas ocultas, processo em que Nyusi não é de todo impoluto. Até prova em contrário, o actual Presidente da República também beneficiou-se ilicitamente do dinheiro dos moçambicanos.
É razoável dizer que para o bem de Filipe Nyusi, é importante que Beatriz Buchili continue à frente dos destinos da Procuradoria-Geral da República. Não é ela que até hoje tem agido como sua advogada? Não é ela a pessoa de confiança do Executivo? Qualquer pessoa de inteligência média chega a esta conclusão: o improviso, a manipulação e a incompetência que caracterizaram o expediente enviado à África do Sul para salvar Manuel Chang de ser enviado para uma cela em Brooklyn, teve mão política. A Justiça fez o que fez a mando da Frelimo. E se tivesse sido num país como o nosso teria vingado. Chang estaria hoje a passear-se em Maputo e até a legislar na Assembleia da República.
A Justiça moçambicana não errou por desatenção. Assumiu o papel de advogado. Quis defender o indefensável e deu nesta embrulhada toda que estamos a assistir, com Beatriz Buchili à dianteira. Ela é que defende os lesa-pátria. As prisões de malta Ndambi Guebuza foram um improviso desencadeado pela detenção de Manuel Chang em Joanesburgo. Queriam, com isto, iludir a Justiça sul-africana no sentido de ela pensar que em Moçambique o processo das dívidas ocultas está a ser investigado. É mentira. É tudo farsa. E Beatriz Buchili sabe disso. Manuel Chang tinha que ser impedido, a todo custo, de ir aos EUA denunciar os camaradas. E nisto, a PGR tinha carta-branca dada pelo Executivo para usar todos os meios, mesmo o recurso ao atropelo da Lei. Foi o que aconteceu e Ronald Lamola, o jovem ministro da Justiça da África do Sul, descobriu isso e os embaraçou. Em abono da verdade, envergonharam a todos nós moçambicanos. É a todos nós que este Governo corrupto representa!
Se Beatriz Buchili é pela justiça, então, que nos explique: em que estágio estão as investigações dos processos que envolvem os assassinatos de Giles Cistac, Paulo Machava, Paulo Dangerman, José Ali Coutinho, Mahamudo Amurane, Jeremias Pondeca ?
Em que estágio estão os processos envolvendo a tortura de José Jaime Macuane, Ericino de Salema ou Carlos Jaque?
Como se pode ver, isto não interessa a PGR porque envolve os seus conhecidos esquadrões de morte. Isto implicaria, sem sombra de dúvidas, o Executivo que ela defende. Por isso nunca vai sair da gaveta.
Beatriz Buchili pode continuar, mas caminhará, no próximo mandato, despida de qualquer reputação!
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