04/07/2019
A Associação de Apoio e Assistência Jurídica às Comunidades (AAAJC), uma organização da sociedade civil, baseada na cidade de Tete, província com o mesmo nome, denuncia a exploração ilegal, pelos cidadãos chineses, de 7.673 hectares de diversas espécies florestais, entre elas, a"nkula", em Chitima, distrito de Cahora Bassa, naquela província do centro do país, sob olhar impávido das autoridades.
Na denúncia, feita esta terça-feira (02 de Julho), através do seu Boletim Oficial, a AAAJC afirma que nunca antes havia sido referenciada a existência de madeira preciosa de espécie "nkula", naquele ponto do país, porém, há dias, um colossal investimento chinês instalou um grande acampamento, no qual concentra a espécie "nkula", em toros.
No documento, a AAAJC diz estar indignada pelo facto de os chineses estarem a explorar aquela espécie, livremente, naquela região, numa altura em que o Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER) interditou a sua exploração. A fonte sublinha que a madeira é transportada em camiões contentorizados para o Porto da Beira, província de Sofala.
De acordo com a organização, "o modus operandi" usado pelos furtivos é o mesmo. Ou seja, os camponeses cortam a espécie, através de equipamentos fornecidos pelos chineses e estes apenas se responsabilizam pelo transporte dos toros até ao acampamento, antes de serem encaminhados para o Porto da Beira.
Conforme consta do Boletim da AAAJC, a situação agrava-se pelo facto de ser uma área ainda não mapeada pelas autoridades que tutelam o sector, pois, não era vista com potencialidades para ser uma floresta e muito menos com aquela espécie que, à luz da legislação nacional, é protegida.
Aliás, a AAAJC destaca que as espécies mais predominantes naquele distrito são o Mopane e Chanfuta, que servem de fontes de energia e de construção a nível do distrito e não só. Refere ainda que existem, em Chitima, operadores florestais de licenças simples a explorarem as espécies Cavuíancie, Chissua e Calonda, porém, estes fazem os seus trabalhos a 4 Km da vila-sede de Chitima.
De acordo com a referida Associação, a barragem de Cahora Bassa está rodeada de extensas áreas de floresta de Mopane, mas não havia ainda registos da valiosa espécie "nkula", que está a ser explorada ilegalmente por chineses.
Salientar que, há sensivelmente um mês, uma equipa da "Carta" e representantes do Fórum Nacional de Florestas (FNF) estiveram, em Tete, onde, em audiência com o Governador daquela província, Paulo Auade, este disse que, desde 2015, não via a espécie "nkula" a ser transportada porque esta já não existia na província, um ponto corroborado pelo Director Provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, Manuel Victor Gole. (Omardine Ornar)
CARTA – 04.07.2019
NOTA: São todos uns mentirosos e quiçá corruptos.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
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