"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



sábado, 6 de julho de 2019

Exmo Sr. Presidente da República, algumas notinhas aos seus comentários proferidos durante a entrevista com a RTP/RDP

sexta-feira, 5 de julho de 2019


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1. Quando contraíram as dívidas ocultas, nós, os moçambicanos, não estávamos lá. Não é por acaso que são ocultas, mesmo que o FMI e tais apelidem de "dívidas não declaradas".
2. A única forma do povo ser parte dessas dívidas implicaria que o povo fosse informado e tal informação é feita por via da aprovação dessas dívidas pela Plenária da AR. Portanto, não nos meta nessa saladura (como dizia a minha avô referindo-se a confusão).
3. A empresa Monte Binga é do Ministério da Defesa que o Sr Presidente liderou durante dez anos, que coincidem com o período em que as dívidas ocultas foram contraídas.
4. Aqueles documentos que circulam e a imprensa publicou nos quais o Sr Presidente, enquanto Ministro da Defesa Nacional, deu o seguinte parecer: "...nós identificamos a empresa privinvest...", são falsos? Como pode dizer que não assinou nada? Aliás, como pôde dizer, em 2016, que não sabia de nada, se a Monte Binga está muito por dentro? E, sobretudo, se tudo gravitava a volta da área que, S. Excia, enquanto Ministro, era responsável?
5. Os estatutos da Frelimo são cumpridos? Em que medida "Camarada Predidente"? Será que quis dizer que para a Frelimo não há problemas os seus membros estarem associados a crimes contra o Estado, roubarem dinheiro público e condenarem toda uma nação? É que não é de hoje membros desse partido se envolvem em actos criminosos e nunca vimos uma acção condenatória do partido. Pelo contrário, são premiados: veja-se o caso do Sr. Cambaza, que é assessor do Ministro que tutela a empresa que Cambaza defraudou. Este é apenas um exemplo de centenas. O único caso de expulsão que conhecemos é de um membro que expressava a sua opinião livremente no quadro dos direitos assegurados constitucionalmente, concretamente, pelos artigos 48 e 73 da CRM. Um claro sinal de que incomoda mais a Frelimo o exércicio das liberdades fundamentais do que a ilicitude.
Finalmente: os jornalistas em qualquer parte do mundo são porta-vozes dos povos. Não é por acaso que são o quarto poder, embora em Moçambique muitos, sobretudo os órgão públicos sejam mais "quarto do poder". Ainda bem que os jornalistas da RTP e RDP são isentos, porque pela primeira vez foram colocadas perguntas certas, pertinentes e que incomodam ao Predidente, que ficou visivelmente nervoso, mas, sobretudo, a nós o povo que busca respostas, e que infelizmente a nossa imprensa não tive coragem e, em última análise, não foi permitida a fazer.
Ser Presidente não basta. É preciso ter e demonstrar compromisso no esclarecimento deste caso, Excia. O poder de que foi vestido deve ser usado exaustivamente nesse desiderato. Infelizmente não é o caso e, são mais do que óbvias, as razões.
Atenciosamente,
Fátima Mimbire


-4:04
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