Escrito por Emildo Sambo em 26 Outubro 2018 |
Doze dias depois de o líder interino da “perdiz” ter ameaçado entornar o caldo, pois acredita que as eleições autárquicas de 10 de Outubro corrente foram “um verdadeiro fiasco”, ele voltou à carga. Desta vez, para declarar que a Renamo exige a constituição de “uma comissão de inquérito independente” que possa trazer a “verdade eleitoral” sobre o que se passou nos municípios de Monapo, Moatize, Alto Molócuè, Marromeu e Matola, onde reclama vitória. Para o efeito, Ossufo Momade disse que o Chefe do Estado deve, na qualidade de mais Alto Magistrado da Nação e como contraparte nas negociações que visam o alcance da paz definitiva e reconciliação nacional, envidar esforço de modo a pôr termo às reivindicações de que o partido se queixa, estritamente atinentes às últimas eleições. De contrário, incorrer-se-á no risco de as “negociações em curso caírem no retrocesso (...)”. Segundo o general, “podemos chamar os peritos militar de todo o mundo” para intermediarem as nossas desinteligências, mas “enquanto nós como povo não tivermos a coragem de resolver os nossos problemas essenciais, as nossas contradições”, que são em parte “resultado das fraudes eleitorais, nunca, mas nunca mesmo, termos um ambiente social que permita a convivência pacífica e o desenvolvimento económico”. Recorrendo a figura de estilo, Ossufo Momade disse: “temos que ter a coragem de curar, definitivamente, as nossas feridas aplicando o medicamento certo. Isto é, respeitar o voto depositado na urna (...)” pelo povo. Na perspectiva da fonte, sarar as feridas significa “cavar e arrancar as raízes das fraudes eleitorais, haver eleições, justas, livres, transparentes e credíveis”. Não se pode falar da paz e do bem-estar do povo enquanto prevalecerem os conflitos pós-eleitorais, disse o coordenador da Renamo, reiterando que “se assim for, nunca teremos a paz, nem daqui a 500 anos”, tempo durante o qual Moçambique esteve sob dominação colonial estrangeira. Contrariamente às informações postas a circular, sobre a suposta interrupção das negociações com o Governo, José Manteigas, porta-voz da Renamo, assegurou a jornalistas que as conversações estão em curso. Ele fez estes pronunciamentos na quinta-feira (25), em Maputo, após uma teleconferência entre a imprensa e o líder interino do seu partido. Porém, as falcatruas de que o partido se queixa “são um revés que pode influenciar” o processo “de forma negativa. Até aqui estamos em negociações, mas sentimos” que há “sobressaltos que podem criar rupturas” entre as partes, disse o deputado parlamentar. Ossufo Momade recordou, num outro desenvolvimento, que no dia 13 deste mês manifestou a sua preocupação e do partido que dirige, em torno do “silêncio cúmplice” |
"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"
domingo, 28 de outubro de 2018
Se a vontade popular nas urnas é inútil, “nunca teremos paz, nem daqui a 500 anos”, segundo o coordenador da Renamo
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