INDIGNAÇÃO GENERALIZADA DA OPOSIÇÃO E MASSA CRÍTICA INTELECTUAL MOÇAMBICANA
20/10/2014
Observadores internacionais desqualificados pelo seu desempenho
Façam boa viagem de regresso às vossas casas. Espero que os camarões e a (cerveja) 2M de Moçambique tenham sido servidas a gosto − escreveu Ivone Soares, deputada e dirigente da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana, líder da oposição) no Facebook.
Estatisticamente, o nível de representatividade em termos das mesas de voto em que estão presentes não dá confiança suficiente para tirar conclusões objectivamente comprováveis − Venâncio Mondlane, do MDM
As missões de observação eleitoral internacional são uma vergonha − Egídio Vaz, historiador e consultor de comunicação
Dirigentes dos dois principais partidos da oposição em Moçambique reagiram com indignação às conclusões semana passada conhecidas das missões de observação internacionais sobre as eleições gerais de 15 de Outubro, esperando que tenham apreciado (também) a cerveja e o camarão moçambicanos.
Façam boa viagem de regresso às vossas casas. Espero que os camarões e a (cerveja) 2M de Moçambique tenham sido servidas a gosto − escreveu Ivone Soares, deputada e dirigente da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana, líder da oposição) no Facebook.
Estatisticamente, o nível de representatividade em termos das mesas de voto em que estão presentes não dá confiança suficiente para tirar conclusões objectivamente comprováveis − Venâncio Mondlane, do MDM
As missões de observação eleitoral internacional são uma vergonha − Egídio Vaz, historiador e consultor de comunicação
Dirigentes dos dois principais partidos da oposição em Moçambique reagiram com indignação às conclusões semana passada conhecidas das missões de observação internacionais sobre as eleições gerais de 15 de Outubro, esperando que tenham apreciado (também) a cerveja e o camarão moçambicanos.
“Não esperava reacção diferente do grupo de observadores internacionais, que, baseados em meia-dúzia de votos favoráveis à Frelimo, no poder, já correm a tirar conclusões precipitadas”, escreveu Ivone Soares, deputada e dirigente da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana, líder da oposição) no Facebook.
“Viram granadas de gás lacrimogéneo lançadas para os eleitores? Viram eleitores baleados nas pernas e mortos por defenderem o voto deles? Viram os apagões de energia, ou nos vossos hotéis a corrente eléctrica foi rapidamente reposta e nem se aperceberam de que os moçambicanos lutavam para votar?”, questiona a deputada da oposição, que, na quinta-feira, declarou o não reconhecimento das eleições, alegando fraudes eleitorais.
União Europeia, União Africana, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Commonwealth, Comunidade de Desenvolvimento da África Austral e a missão conjunta do Centro Carter e do Instituto Eleitoral para Democracia Sustentável em África divulgaram semana passada as conclusões das suas missões de observação destacadas para as eleições em Moçambique. Em comum, os relatórios salientam a forma “pacífica e ordeira” como decorreu a votação e apontam irregularidades, ausência de membros da oposição nas mesas de voto e campanha desequilibrada a favor do partido no poder, mas não em escala suficiente para denunciar o processo eleitoral.
“Façam boa viagem de regresso às vossas casas. Espero que os camarões e a (cerveja) 2M de Moçambique tenham sido servidos a gosto”, ironizou Ivone Soares.
O candidato derrotado a edil de Maputo nas mais recentes eleições autárquicas (2013) do MDM (Movimento Democrático de Moçambique), Venâncio Mondlane, questionou, por seu lado, “o nível baixíssimo de cobertura” das missões de observação.
“Estatisticamente, o nível de representatividade em termos das mesas de voto em que estão presentes não dá confiança suficiente para tirar conclusões objectivamente comprováveis”, afirmou à Lusa, acrescentando que, mesmo nos locais onde há observadores, “eles não ficam desde a abertura até ao fecho, mas de forma intermitente”.
Efectivamente, mesmo a Reportagem do Correio da manhã viu alguns dos “observadores internacionais” refastelando-se em hotéis, pelo menos na cidade de Maputo, enquanto decorria ainda o processo de apuramento dos votos nos locais de votação.
Venâncio Mondlane estranha também a celeridade na apresentação das conclusões dos relatórios. “Nos dois maiores círculos eleitorais, Nampula e Zambézia, o nível de processamento ainda estava em 1,5% e essas missões já estavam a dizer que as eleições foram livres”, assinalou o candidato a deputado por Maputo, lembrando que nas autárquicas de 2013 a votação teve de ser repetida numa autarquia, mas, “antes disso, os observadores tinham afirmado que as eleições foram justas, livres e transparentes”.
Quando declarou o não reconhecimento das eleições, o porta-voz da Renamo, António Muchanga, após enunciar várias irregularidades, deixou um aviso: “Não pode haver uma democracia para a Europa e outra para África”.
A indignação nas redes social não vincula apenas a oposição. Egídio Vaz, historiador e consultor de comunicação, escreveu no Facebook que “as missões de observação eleitoral Internacional são uma vergonha”, acusando-as de preguiça e irrelevância.
“Nós, moçambicanos, estamos a falar de enchimento, troca e queima de urnas, atraso na abertura de postos de votação, desvio de cadernos eleitorais, baleamento de delegados de candidatura e intimidação da FIR (Força de Intervenção Rápida)”, comentou, “elementos mais que suficientes para erradicar do dicionário político moçambicano qualquer coisa como eleições livres, justas, transparentes e credíveis”.
CORREIO DA MANHÃ – 20.10.2014
“Viram granadas de gás lacrimogéneo lançadas para os eleitores? Viram eleitores baleados nas pernas e mortos por defenderem o voto deles? Viram os apagões de energia, ou nos vossos hotéis a corrente eléctrica foi rapidamente reposta e nem se aperceberam de que os moçambicanos lutavam para votar?”, questiona a deputada da oposição, que, na quinta-feira, declarou o não reconhecimento das eleições, alegando fraudes eleitorais.
União Europeia, União Africana, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Commonwealth, Comunidade de Desenvolvimento da África Austral e a missão conjunta do Centro Carter e do Instituto Eleitoral para Democracia Sustentável em África divulgaram semana passada as conclusões das suas missões de observação destacadas para as eleições em Moçambique. Em comum, os relatórios salientam a forma “pacífica e ordeira” como decorreu a votação e apontam irregularidades, ausência de membros da oposição nas mesas de voto e campanha desequilibrada a favor do partido no poder, mas não em escala suficiente para denunciar o processo eleitoral.
“Façam boa viagem de regresso às vossas casas. Espero que os camarões e a (cerveja) 2M de Moçambique tenham sido servidos a gosto”, ironizou Ivone Soares.
O candidato derrotado a edil de Maputo nas mais recentes eleições autárquicas (2013) do MDM (Movimento Democrático de Moçambique), Venâncio Mondlane, questionou, por seu lado, “o nível baixíssimo de cobertura” das missões de observação.
“Estatisticamente, o nível de representatividade em termos das mesas de voto em que estão presentes não dá confiança suficiente para tirar conclusões objectivamente comprováveis”, afirmou à Lusa, acrescentando que, mesmo nos locais onde há observadores, “eles não ficam desde a abertura até ao fecho, mas de forma intermitente”.
Efectivamente, mesmo a Reportagem do Correio da manhã viu alguns dos “observadores internacionais” refastelando-se em hotéis, pelo menos na cidade de Maputo, enquanto decorria ainda o processo de apuramento dos votos nos locais de votação.
Venâncio Mondlane estranha também a celeridade na apresentação das conclusões dos relatórios. “Nos dois maiores círculos eleitorais, Nampula e Zambézia, o nível de processamento ainda estava em 1,5% e essas missões já estavam a dizer que as eleições foram livres”, assinalou o candidato a deputado por Maputo, lembrando que nas autárquicas de 2013 a votação teve de ser repetida numa autarquia, mas, “antes disso, os observadores tinham afirmado que as eleições foram justas, livres e transparentes”.
Quando declarou o não reconhecimento das eleições, o porta-voz da Renamo, António Muchanga, após enunciar várias irregularidades, deixou um aviso: “Não pode haver uma democracia para a Europa e outra para África”.
A indignação nas redes social não vincula apenas a oposição. Egídio Vaz, historiador e consultor de comunicação, escreveu no Facebook que “as missões de observação eleitoral Internacional são uma vergonha”, acusando-as de preguiça e irrelevância.
“Nós, moçambicanos, estamos a falar de enchimento, troca e queima de urnas, atraso na abertura de postos de votação, desvio de cadernos eleitorais, baleamento de delegados de candidatura e intimidação da FIR (Força de Intervenção Rápida)”, comentou, “elementos mais que suficientes para erradicar do dicionário político moçambicano qualquer coisa como eleições livres, justas, transparentes e credíveis”.
CORREIO DA MANHÃ – 20.10.2014
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