2014-10-16) Pelo menos dois feridos e o mesmo número de tumultos nas províncias de Nampula e Sofala mancharam a votação no país, que foi caracterizada por tranquilidade até ao encerramento das mesas de votação.
A primeira vítima, fiscal de mesa de voto do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), foi baleada nas duas pernas pela polícia, acusada de ter agredido o chefe do posto no distrito de Dondo, província de Sofala.
Entretanto, o alvejado desmente as acusações e explica que pretendia denunciar um homem que transportava uma mochila contendo boletins de voto já utilizados e um líquido usado para limpar a tinta indelével que marca o dedo das pessoas que já votaram.
JOVEM BALEADO COM GRAVIDADE EM ANGOCHE
Outro jovem ficou ferido com gravidade por um tiro disparado pela polícia, na tentativa de dispersar manifestantes junto aos postos de votação, já no fim do processo, em Angoche, na província de Nampula. A vítima alvejada na perna foi transportada de imediato para o hospital.
Já a agitação se deu na província de Nampula, na Escola dos Belenenses, onde um grupo de pessoas, na sua maioria jovens, ficou revoltado quando houve um corte da corrente eléctrica, antes de votarem. A situação criou agitação naquele local e manchou o processo.
Outro tumulto aconteceu no posto administrativo de Mafambisse, no distrito de Dondo, província de Sofala. A confusão aconteceu quando um carro entrou num dos postos de votação e populares que se encontravam nos arredores supostamente a controlar o processo eleitoral suspeitaram e exigiram satisfações. A polícia foi chamada a intervir, tendo sido obrigada a disparar balas de borracha e gás lacrimogéneo.
De resto, a votação correu sem muitos sobressaltos e as mesas de votação encerraram num ambiente calmo, em quase todo o país, apesar de ter havido, nalgumas zonas, atrasos devido à troca de cadernos eleitorais e abertura tardia das mesas de voto.
Tentativa de fraude na Beira
Populares surpreenderam um cidadão a levar três urnas para as mesas de votação num posto do Bairro da Munhava, Cidade da Beira. O acusado alega estar a cumprir ordens do seu superior, membro do STAE, mas o representante provincial do STAE, Arnaldo Cristóvão, diz não o conhecer e que o acusado não tem qualquer legitimidade para transportar urnas com votos, uma vez que não faz parte da equipa de técnicos previamente indicados para o efeito.
Arnaldo Cristóvão acusa o STAE de Sofala de negligência, ao permitir que as urnas sejam transportadas por um indivíduo “estranho”.
Vandalização do posto de votação em Tsangano
Dois indivíduos, alegadamente membros da Renamo, vandalizaram cinco mesas de voto e queimaram urnas contendo votos num dos postos de votação do distrito de Tsangano, província de Tete.
O presidente da CNE em Tete explica que os acusados teriam atrasado a chegar ao posto em que estavam afectos e não gostaram do facto do processo ter arrancado na sua ausência. O vandalismo ocorre com o argumento de que, não tendo sido aguardados, não reconhecem o conteúdo das urnas.
Há indicação de que alegados membros da Renamo, munidos de armas brancas, vandalizaram outros postos no mesmo distrito.
Confusão em Angoche, já no fim do processo
Populares da cidade de Angoche invadiram as mesas da Escola Primária Eduardo Mondlane, obrigando os Membros de Mesa de Assembleia de Voto a levarem as urnas para o STAE distrital, onde se aguardava pelos delegados dos partidos para o início da contagem dos votos. A PRM teve de disparar para dispersar os populares.
Em Guruè, na Zambézia, grupos de jovens quis impedir a entrada de viaturas com jornalistas onde está a decorrer a contagem de votos. Graças à PRM a pretensão não surtiu efeito.
Baleamento em Angoche
Um jovem ficou ferido com gravidade por um tiro disparado pela polícia na tentativa de dispersar manifestantes junto aos postos de votação, já no fim do processo. A vítima, alvejada na perna, foi transportada de imediato para o hospital.
Tumultos registados em vários postos causaram pelo menos dois feridos.
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