A Renamo e o MDM, principais partidos de oposição em Moçambique, denunciaram hoje na Comissão Provincial de Eleições (CPE) de Tete perseguições e impedimentos à realização da campanha eleitoral por membros e simpatizantes da Frelimo, que refuta as acusações.
A denúncia foi efectuada esta segunda-feira, dia 06 de Outubro, num encontro organizado pela CPE, com vista a garantir que o escrutino eleitoral decorra num ambiente pacífico.
Carlos Patrício, mandatário do MDM (Movimento Democrático de Moçambique), terceira força do país, referiu no encontro que membros da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), no poder, têm erguido barricadas e arremessado pedras para as suas caravanas na campanha eleitoral, um pouco por toda a província situada no noroeste do país.
Patrício disse que presenciou no distrito de Tsanganos membros da Frelimo a atirar pedras para dois carros que transportavam candidatos a membros das mesas de voto do seu partido e da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal partido de oposição, havendo o registo de feridos.
"Estamos a sofrer muitas situações de violência protagonizadas pelos membros e simpatizantes da Frelimo, mesmo depois de termos indicado os nomes das pessoas que têm realizado estes actos violentos para serem chamadas à razão", declarou.
"Isso não tem acontecido e as mesmas pessoas continuam a perpetrar atos de violência com os nossos membros. Já remetemos os referidos processos à Procuradoria e aguardamos pela tramitação dos mesmos", disse ainda o mandatário do MDM.
O mandatário da Renamo Francisco Graciete, também falou de várias situações de agressões físicas, destruição de materiais de propaganda e perseguições por parte dos membros e simpatizantes da Frelimo.
"Vamos remeter esta semana para a Procuradoria processos relacionados com a agressão física dos nossos membros pela Frelimo em Zumbo e Angónia", adiantou.
O porta-voz do gabinete de preparação de eleições da Frelimo, Domingos Macajo refutou todas as acusações, tendo dito que foi o seu partido que trouxe o multipartidarismo para o país e está preocupado apenas com o bem-estar do povo e não em perseguir os outros partidos.
"As mesmas pessoas que estão aqui para nos acusar são as mesmas que perseguem e intimidam os nossos membros. Dizem à população que, caso não votem neles, vai regressar a guerra", afirmou Domingos Macajo. "Nós não perseguimos ninguém", insistiu.
A CPE reiterou no encontro a necessidade de garantir que as eleições sejam livres justas transparentes e pacíficas.
Moçambique realiza eleições gerais (presidenciais, legislativas e assembleias provinciais) a 15 de Outubro.
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