06/10/2014
Protocolo do Estado nega palavra à Renamo durante as celebrações do Dia da Paz
O regime continua e intransigente em relação à oposição. O mais recente exemplo de intolerância e arrogância deu-se no passado sábado, durante as celebrações do 22o aniversário da assinatura do Acordo Geral da Paz entre o Governo e Renamo. A cerimónia decorreu na Praça da Paz, em Maputo. No programa estava prevista a apresentação de uma mensagem pela Renamo, alusiva à data, mas, no final, falaram todos, incluindo o Presidente da República, menos a Renamo. A organização até anunciou a intervenção do maior partido da oposição, mas isso não aconteceu. Depois do discurso do Presidente da República, a organização anunciou o fim da cerimónia.
Simone Macuiana, dirigente da Renamo, não gostou e disse esperar que, no futuro, não se repitam casos iguais.
“O presidente da Renamo designou Jeremias Pondeca para apresentar a mensagem, e a organização anunciou a leitura, mas, à última hora, não chamou o nosso colega”, disse Macuiana. Segundo Macuiana, a mensagem que se pretendia passar era de que a Renamo não esteve presente na cerimónia. Trata-se de uma velha estratégia do regime de fazer passar a mensagem de que a Renamo não está interessada na paz e na reconciliação.
Esta é primeira vez que a Renamo participa numa cerimónia do género. A presença da Renamo, segundo Macuiana, vem “responder ao acordo assinado há dias”, com o objectivo de mostrar aos moçambicanos e ao mundo que quer “trabalhar em conjunto para o bem-estar dos moçambicanos”.
Segundo Macuiana, doravante, o partido de Afonso Dhlakama vai tomar parte em eventos do género, “em nome da reconciliação”, desde que “haja abertura, respeito e aproximação, e cada uma das partes tenha o seu espaço merecido”.
A paz deve estar acima dos interesses individuais
Aquele dirigente da Renamo disse que a paz deve ser celebrada todos os dias. Apelou aos moçambicanos para que trabalhem em conjunto pela paz, tendo presente que “ela está acima de todos os interesses individuais”. “Não pode haver, no nosso país, de hoje em diante, nada que ponha em perigo a paz”, afirmou. A Renamo, declarou Macuiana, “está empenhada na verdadeira paz, na democracia e no bem-estar dos moçambicanos”, compromete-se a cumprir rigorosamente o acordo e desafia o Governo a cumprir rigorosamente o acordo. Macuiana chama atenção para a necessidade de um cumprimento integral e rigoroso do acordo, pois “qualquer erro pode ser entendido de forma contrária”. (André Mulungo) CANALMOZ – 06.10.2014
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