04/09/2019
Por Edwin Hounnou
Esquadrões da morte são uma parte das forças de defesa e segurança do governo formadas e treinadas para perseguir, raptar e assassinar membros da oposição, de modo particular, pertencentes à Renamo e ao MDM. Nesta “árdua" tarefa de eliminar a oposição, intelectuais e académicos não agregados ao regime ficam, também, sujeitos à perseguição, rapto e espancamentos pelos esquadrões da morte. Nem às mulheres e alunos, confundidos como sendo da oposição, escapam às baionetas e balas dessas forças sinistras do regime. Não se pode dizer que tenham sido desmanteladas as causas de conflitos. Elas podem ser reactivadas a qualquer momento.
Quando a oposição discordar dos resultados eleitorais e a Renamo voltar às matas, os esquadrões da morte serão, de novo, lançados contra o povo, disseram, para salvar a Frelimo. Os esquadrões da morte são forças governamentais ao serviço do partido no poder, pagos pelos impostos de todos os moçambicanos para, no fim, matar os moçambicanos.
Os familiares que conseguimos alcançar foram dizendo os nomes dos seus parentes que foram raptados e desapareceram. Alguns corpos foram encontrados atirados numa mata, ao lado de um riacho. Outros desaparecidos foram achados já em ossadas em mata densa. Apresentamos a lista uma amostra das matanças que ocorreram contra populações civis e indefesas : 1. Raína Semo, 49 anos, em Dacata; 2. Kholhanifiye Wache, 45 anos, em Chinguno; 3. Jossefa Mateus Elidja, 62 anos, em Chingu o; 4. Jossias Dhaka, 50 anos, em Muceneze; 5. Timóteo Mandongue, 52 anos, em Mucheneze; 6. Zacarias Manteyeje, 51 anos, em Mucheneze; 7. Alfredo Camilo, 22 anos, Chinguno; 8. Pedro Maulae Muiambo, 60 anos, em Inhamucuho, delegado político do MDM; 9. Pita Chiténgua, 42 anos, em Djetche; 10. Hussuana Nhamunda, 36 anos, em Djetche; 11. Pita Djemusse Cumbuia, 36 anos, Chana; 12. Kefasse Tchipheslo Sithole, 55 anos, Chana.
Quando os esquadrões da morte e militares da Força de Intervenção Rápida chegassem a uma casa ou povoação, para além de caçar homens da oposição, extorquiam dinheiro que os camponeses acabavam de receber da venda de gergelim, milho e de outros produtos, roubavam o gado, deixando as populações cada vez mais empobrecidas.
As informações que nos chegam do interior da província de Manica são aterradoras. Estivemos nos distritos de Mossurize, Sussundenga e de Machaze, em quase todas as famílias há choro e luto porque, pelo menos, existe um parente – um pai, um filho, um irmão, um primo, um vizinho – que foi raptado, desapareceu e, mais tarde, o corpo foi achado crivado de balas, por homens que dizem desconhecer a sua proveniência nem a razão por que andavam a matar gente inocente, segundo afirmam. Dizem que os assassinos se faziam transportar em viaturas e andavam de casa em casa. Batiam a porta e chamavam a sua vítima. Quando o procurado não saísse para atendê-los, eles próprios arrombavam a porta e sacavam-no para fora. Clarificam, ainda, que vieram a saber, mais tarde, os assassinos procuravam por pessoas que suspeitavam que fossem da Renamo, simpatizante ou que tivessem algum laço com a guerrilha renamista.
Esquadrões da morte são uma parte das forças de defesa e segurança do governo formadas e treinadas para perseguir, raptar e assassinar membros da oposição, de modo particular, pertencentes à Renamo e ao MDM. Nesta “árdua" tarefa de eliminar a oposição, intelectuais e académicos não agregados ao regime ficam, também, sujeitos à perseguição, rapto e espancamentos pelos esquadrões da morte. Nem às mulheres e alunos, confundidos como sendo da oposição, escapam às baionetas e balas dessas forças sinistras do regime. Não se pode dizer que tenham sido desmanteladas as causas de conflitos. Elas podem ser reactivadas a qualquer momento.
Quando a oposição discordar dos resultados eleitorais e a Renamo voltar às matas, os esquadrões da morte serão, de novo, lançados contra o povo, disseram, para salvar a Frelimo. Os esquadrões da morte são forças governamentais ao serviço do partido no poder, pagos pelos impostos de todos os moçambicanos para, no fim, matar os moçambicanos.
Os familiares que conseguimos alcançar foram dizendo os nomes dos seus parentes que foram raptados e desapareceram. Alguns corpos foram encontrados atirados numa mata, ao lado de um riacho. Outros desaparecidos foram achados já em ossadas em mata densa. Apresentamos a lista uma amostra das matanças que ocorreram contra populações civis e indefesas : 1. Raína Semo, 49 anos, em Dacata; 2. Kholhanifiye Wache, 45 anos, em Chinguno; 3. Jossefa Mateus Elidja, 62 anos, em Chingu o; 4. Jossias Dhaka, 50 anos, em Muceneze; 5. Timóteo Mandongue, 52 anos, em Mucheneze; 6. Zacarias Manteyeje, 51 anos, em Mucheneze; 7. Alfredo Camilo, 22 anos, Chinguno; 8. Pedro Maulae Muiambo, 60 anos, em Inhamucuho, delegado político do MDM; 9. Pita Chiténgua, 42 anos, em Djetche; 10. Hussuana Nhamunda, 36 anos, em Djetche; 11. Pita Djemusse Cumbuia, 36 anos, Chana; 12. Kefasse Tchipheslo Sithole, 55 anos, Chana.
Quando os esquadrões da morte e militares da Força de Intervenção Rápida chegassem a uma casa ou povoação, para além de caçar homens da oposição, extorquiam dinheiro que os camponeses acabavam de receber da venda de gergelim, milho e de outros produtos, roubavam o gado, deixando as populações cada vez mais empobrecidas.
As informações que nos chegam do interior da província de Manica são aterradoras. Estivemos nos distritos de Mossurize, Sussundenga e de Machaze, em quase todas as famílias há choro e luto porque, pelo menos, existe um parente – um pai, um filho, um irmão, um primo, um vizinho – que foi raptado, desapareceu e, mais tarde, o corpo foi achado crivado de balas, por homens que dizem desconhecer a sua proveniência nem a razão por que andavam a matar gente inocente, segundo afirmam. Dizem que os assassinos se faziam transportar em viaturas e andavam de casa em casa. Batiam a porta e chamavam a sua vítima. Quando o procurado não saísse para atendê-los, eles próprios arrombavam a porta e sacavam-no para fora. Clarificam, ainda, que vieram a saber, mais tarde, os assassinos procuravam por pessoas que suspeitavam que fossem da Renamo, simpatizante ou que tivessem algum laço com a guerrilha renamista.
Passávamos noites inteiras em branco, pois não sabíamos quem seria o próximo a ser morto, disseram os parentes das vítimas. Vivíamos com medo do dia seguinte. A qualquer momento, podiam vir para nos assassinarem, esclareceram. Até ao presente momento nenhuma família recebeu qualquer explicação de quem quer que seja sobre o paradeiro ou os motivos daquele procedimento dos tais assassinos. Dizem os familiares dos desaparecidos que estão espantados por ouvirem que o acordo entre a Frelimo e a Renamo coloca a pedra sobre todos os desmandos e crimes de sangue ocorridos durante o recente conflito armado. Nenhuma pessoa ou família será recompensada pelo desaparecimento do seu parente. Ficam assim como se nada tivesse acontecido, porém, os órfãos e as viúvas continuam entregues à sua sorte e esperam que o Estado puna os criminosos e recompense às famílias vítimas.
Eles nos caçavam como se fôssemos animais de caça e, agora, dizem que tudo volta à estaca ZERO. Temem que, se o entendimento vier a falhar, como aconteceu com os dois primeiros, os mesmos assassinos voltem a visitá-los. Estamos desprotegidos, o nosso futuro é incerto. Somos mortos por quem nos devia proteger. Em qualquer país democrático, as forças governamentais servem para defender o povo, porém, o nosso caso é diferente. Quando se desentenderem, voltarão a nos procurar, clamam as famílias inseguras. Ainda que digam que a paz seja definitiva, mas, nós duvidamos muito.
Se tivéssemos tempo e meios financeiros, poderíamos aprofundar um pouco mais esta questão que mexe com muitas famílias moçambicanas. Um assassinato sempre foi um crime, seja praticado por um indivíduo ou por um Estado. Um Estádio de Direito e Democrático tem a vida acima de todas as prioridades. Um Estado que promove assassinatos é abominável e repudiável. Um Estado que manda suas tropas para raptar, torturar e matar os seus cidadãos é criminoso. Quando os dirigentes que, ontem, mandavam matar a população e, hoje, vêem com palavras doces, devem ser zombados. Os assassinos matam, rezam e depois voltam para pedir voto. Cuidado!
Que o povo não se deixe enganar porque são os mesmos assassinos de ontem feitos de cordeiros. Eles são os patrões dos esquadrões da morte, daqueles policias que andavam de aldeia em aldeia à procura de opositores do regime. Não lhes abram as portas. Não votem neles. Não dêem força a assassinos. Não financiem nem reforcem aqueles que, amanhã, virão de arma em riste contra o povo! Não se deve trocar o voto com capulanas e lenços. O voto serve para melhorar as nossas vidas, mudando o nosso destino comum! Se o povo não abrir a vista para enxergar o mal que está reservado, vai ter que aguardar por mais cinco anos para ter uma outra oportunidade para se livrar dos corruptos. Não deixem passar esta grande oportunidade para o povo se livrar dos “artistas"!
CANAL DE MOÇAMBIQUE – 04.09.2019
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