sábado, 7 de setembro de 2019
O tombar de um leão que perdeu o rumo!
Hoje o mundo despertou com a notícia da morte de Robert Mugabe. Ele já estava em idade avançada e bastante doente. Foi descansar. Que a terra lhe seja leve!
Mugabe foi um grande homem, lutou pelo seu país, tomou decisões certas e erradas. Mas depois perdeu-se e saiu pela porta pequena.
Depois da independência celebrada em 1980, o país teve melhor perfomance sócio-económico da da SADC. A derrocada começou em 1991, com as ideias de restruturação económica, que contava com o apoio do ocidente e por causa da decisão de enviar tropas à RDC, foram afrouxando os desembolsos até que nunca mais aconteceram.
Os niveis de pobreza começaram a subir. A economia estava em desaceleração. A situação piora quando se decide alocar 5 biliões de dólares para "indenmizar" os veteranos de guerra, segundo muitos estudiosos. Mas mesmo com tanta crise no Zimbabwe, o FMI, com as suas mãos sujas, pressionava a liberalização da economia,o que tornava difícil às relações entre o governo zimbabweano e as instituições do bretton woods.
Mas, o fim da picada foi quando quando, pelo fracasso do primeiro programa de reforma de terra, foi introduzido o segundo programa, que previa a expropriação compulsiva da terra. Diga-se, o primeiro programa foi muito sabotado, os farmeiros se mobilizaram para não entregar as terras, já que devia ocorrer de boa fé. Até ao início do segundo programa, só 91mil herctates de 161 mil haviam sido entregues.
Mugabe fez bem querer reaver a terra e devolver ao povo, nem que fosse a força. O que ele chamava de "terceira chumurenga. E sofreu as consequências dessa decisão de expropriar. O problema foi a falta de uma reforma agrária para garantir que a terra continuasse a ser produtiva e não apenas um activo, grande parte da terra ficou nas mãos dos veteranos de guerra. Depois vieram as sanções declaradas.
O problema é que Mugabe ficou tão inebriado pelo poder que esqueceu que havia pessoas, que precisam de comer, de saúde, de água, enfim... de sobreviver.
Quando há fome em casa, todos ralham. Se o chefe da família decide, ao invés de engajar a todos na busca de soluções para matar a fome, separar os mais resmungões dos menos resmungões e castigar os que "gritam mais alto", essa família entra em colapso. Foi o que aconteceu com Mugabe. No lugar de responder como deve ser às preocupações dos cidadãos, muitos dos quais chegaram a abandor o país para sobreviverem, começou a perseguir o seu povo, a maltratar o povo para o qual jurou servir.
Apesar de vários estudiosos do caso do Zimbabwe concluirem que o «conflito da terra no Zimbabwe deve ser entendido primeiro que tudo como um legado do colonialismo
e da emergência de relações neocoloniais entre o Zimbabwe e uma coligação de paí-
ses ricos e de instituições internacionais por eles dominadas, há que lembrar que a maldição daquele país foi ter tido Mugabe a liderar uma elite que depois perdeu o foco da sua luta, começou a achar que o país, a terra, as riquezas e consciência das pessoas lhes pertenciam, por causa disso quem agisse contrariamente, era severamente sancionado.
Por isso, Mugabe, o "rei leão" saiu pela porta pequena e a sua morte não choca tanto como chocaria até antes das perseguições infundadas às pessoas, antes de impor sacrifício egoístas ao seu povo.
O pior e que é tragicômico é facto de ele ter estado a ser tratado na Tailândia. Esse é o legado dele: um país sem sistema de saúde adequado para o seu povo e ele que podia, ia para Tailândia.
Eu o admirava até ao ano 2004. Eu mantenho a minha vênia por ele se ter destacado entre os seus pares por dizer o que pensava e sem floreios. Pena que os seus actos...
Any way, Rest in Peace Robert Mugabe. Tentaremos lembrar-nos só daquela tua luta justa.
Hoje o mundo despertou com a notícia da morte de Robert Mugabe. Ele já estava em idade avançada e bastante doente. Foi descansar. Que a terra lhe seja leve!
Mugabe foi um grande homem, lutou pelo seu país, tomou decisões certas e erradas. Mas depois perdeu-se e saiu pela porta pequena.
Depois da independência celebrada em 1980, o país teve melhor perfomance sócio-económico da da SADC. A derrocada começou em 1991, com as ideias de restruturação económica, que contava com o apoio do ocidente e por causa da decisão de enviar tropas à RDC, foram afrouxando os desembolsos até que nunca mais aconteceram.
Os niveis de pobreza começaram a subir. A economia estava em desaceleração. A situação piora quando se decide alocar 5 biliões de dólares para "indenmizar" os veteranos de guerra, segundo muitos estudiosos. Mas mesmo com tanta crise no Zimbabwe, o FMI, com as suas mãos sujas, pressionava a liberalização da economia,o que tornava difícil às relações entre o governo zimbabweano e as instituições do bretton woods.
Mas, o fim da picada foi quando quando, pelo fracasso do primeiro programa de reforma de terra, foi introduzido o segundo programa, que previa a expropriação compulsiva da terra. Diga-se, o primeiro programa foi muito sabotado, os farmeiros se mobilizaram para não entregar as terras, já que devia ocorrer de boa fé. Até ao início do segundo programa, só 91mil herctates de 161 mil haviam sido entregues.
Mugabe fez bem querer reaver a terra e devolver ao povo, nem que fosse a força. O que ele chamava de "terceira chumurenga. E sofreu as consequências dessa decisão de expropriar. O problema foi a falta de uma reforma agrária para garantir que a terra continuasse a ser produtiva e não apenas um activo, grande parte da terra ficou nas mãos dos veteranos de guerra. Depois vieram as sanções declaradas.
O problema é que Mugabe ficou tão inebriado pelo poder que esqueceu que havia pessoas, que precisam de comer, de saúde, de água, enfim... de sobreviver.
Quando há fome em casa, todos ralham. Se o chefe da família decide, ao invés de engajar a todos na busca de soluções para matar a fome, separar os mais resmungões dos menos resmungões e castigar os que "gritam mais alto", essa família entra em colapso. Foi o que aconteceu com Mugabe. No lugar de responder como deve ser às preocupações dos cidadãos, muitos dos quais chegaram a abandor o país para sobreviverem, começou a perseguir o seu povo, a maltratar o povo para o qual jurou servir.
Apesar de vários estudiosos do caso do Zimbabwe concluirem que o «conflito da terra no Zimbabwe deve ser entendido primeiro que tudo como um legado do colonialismo
e da emergência de relações neocoloniais entre o Zimbabwe e uma coligação de paí-
ses ricos e de instituições internacionais por eles dominadas, há que lembrar que a maldição daquele país foi ter tido Mugabe a liderar uma elite que depois perdeu o foco da sua luta, começou a achar que o país, a terra, as riquezas e consciência das pessoas lhes pertenciam, por causa disso quem agisse contrariamente, era severamente sancionado.
Por isso, Mugabe, o "rei leão" saiu pela porta pequena e a sua morte não choca tanto como chocaria até antes das perseguições infundadas às pessoas, antes de impor sacrifício egoístas ao seu povo.
O pior e que é tragicômico é facto de ele ter estado a ser tratado na Tailândia. Esse é o legado dele: um país sem sistema de saúde adequado para o seu povo e ele que podia, ia para Tailândia.
Eu o admirava até ao ano 2004. Eu mantenho a minha vênia por ele se ter destacado entre os seus pares por dizer o que pensava e sem floreios. Pena que os seus actos...
Any way, Rest in Peace Robert Mugabe. Tentaremos lembrar-nos só daquela tua luta justa.
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