09/09/2019
O comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, confirmou hoje que três veículos, incluindo uma ambulância, foram atacados na semana passada no centro do país, por homens armados, assegurando que as autoridades vão perseguir "os criminosos".
Na semana passada, fontes locais disseram à Lusa que desconhecidos atacaram um autocarro de passageiros, provocando três feridos, num troço de estrada junto ao rio Pungúe, entre os distritos de Gorongosa e Nhamatanda, na província de Sofala.
Questionado hoje pela Lusa sobre a ocorrência, Bernardino Rafael confirmou o ataque ao autocarro e informou ainda que um outro veículo e uma ambulância foram atingidos por desconhecidos, sem entrar em pormenores.
A serra da Gorongosa é um refúgio histórico de guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição.
Apesar de as hostilidades entre Governo e Renamo terem cessado em dezembro de 2016 e de a paz ter sido formalmente subscrita através de acordos assinados há um mês, um grupo liderado por Mariano Nhongo, tenente-general da Renamo, permanece "entrincheirado nas matas".
O grupo, que se autodenomina Junta Militar da Renamo, contesta o líder do partido, Ossufo Momade, e os acordos assinados por este, nomeadamente os que regulam o desarmamento e reintegração dos guerrilheiros na sociedade.
Fonte do grupo negou à Lusa a autoria do ataque, classificando-o como uma forma de "chantagem" contra a Junta Militar, que formou uma direção à revelia da estrutura oficial do partido e ameaça com ação militar se o Governo não renegociar os acordos de paz.
Nhongo já se havia demarcado de um outro ataque ocorrido em 01 de agosto no centro do país, mas em Nhamapadza, a 200 quilómetros do distrito de Gorongosa, em que duas pessoas ficaram feridas depois de disparos contra um camião e um autocarro de passageiros.
LUSA – 09.09.2019
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