09/09/2019
Por Major Manuel Bernardo Gondola
Na África do Sul, a entrada do Ramaphosa se por um lado foi para incutir e atrair o investimento estrangeiro, porque o Mandela deixou orientações muito claras e foi por isso que ele foi [brilhante]; ele deixou o poder na transição em Mbeki, uma vez que; era de todos o mais [preparado]. O Mbeki tinha uma educação [extraordinária] em termos de Universidades fora. Tinha autoridade porque fez também a resistência com [protagonismo] extraordinário e, o processo de transição, transitou para o Mbeki porque tinha menos [anticorpos] por uma parte daqueles brancos e indianos, que tem um papel [extraordinário] na África do Sul. É preciso dizer, que os indianos têm um papel histórico na África do Sul muito grande
Mas…, Mandela deixou bem repartida a necessidade duma transição posterior; embora, a saído do Mbeki foi uma saída [desastrosa] como vocês devem ter acompanhado. Ou seja, foi uma imposição, uma forma violenta e o Zuma assumiu o poder não da forma mais aconselhável. O Zuma é menos preparado; o Zuma era o homem dos [serviços de inteligência] e…, o Zuma caiu nas armadilhas da [corrupção] de forma muito forte e deixou evidentes sinais de alguma [incapacidade] de gestão estratégica do Estado enquanto tal. Por outro lado, a vinda do Ramaphosa porque ele foi transferido de sindicalismo para o negociador do capital.
Por outro lado, a transição da África do Sul envolveu uma componente de negociação estratégica onde incorporaram [riquezas] para o próprio África Nacional Congresso [ANC], uma parte daquelas negociações com as [grandes corporações] havia fundos, que o ANC encaixava a percentagem directa. Foi também para ver se com isto o ANC cumpria as promessas, que não foram cumpridas de âmbito social. Este é o grande problema que também está na África do Sul, que tem algumas proximidades com alguns [desafios] que nós temos em Moçambique.
Repare; os milhões de casas que o Mandela prometeu para os negros na África do Sul infelizmente não conseguiu construir. Do mesmo modo, os milhões de empregos, educação, saúde e [vida prospera] que foram prometidos para os negros na África do Sul não conseguiram.
Por exemplo; eu tenho um amigo que viveu muitos anos na África do Sul, que me dizia recentemente o seguinte:
África do sul de ontem do [apartheid] havia uma auto-estrada; havia de um lado; a terra era verde. A relva nas casas dos ricos e ali viviam os brancos e do lado contrário; a terra é vermelha e ali viviam só os negros.
Africa do sul de hoje; pós independência [pós apartheid] e bastantes erros a seguir; tem na mesma uma auto-estrada dum lado; a terra é verde vivem os brancos e algumas [elites] negras e do outro lado; a terra continua vermelha e vivem os negros apenas. Ou seja, não mudou o [essencial] do paradigma na África do Sul e este é um pouco a grande verdade que está sendo escamoteada pelos intelectuais e formadores de opinião pública.
Provavelmente, este é o grande problema na África do Sul. Aqueles bantustões aquelas grandes áreas e eu creio, que vocês passam por lá e vocês conhecem muito bem o [Soweto] e outros lugares, são os grandes bairros, imensos bairros de milhões de pessoas vivendo nas infras condições humanas.
Definitivamente, o cerne da questão na África do Sul está relacionado com àquilo, que é o implantar do [ódio] porque falando da África do Sul, deve ter 8/10% de brancos e esses 8/10% controlam cerca de 98% da economia na África do Sul mas…, é muito mais fácil o negro atacar um negro igual. Temos que perceber, que o que está a acontecer na África do Sul hoje não é inocente; o [Projecto] falhou e há que arranjar culpados.
Manuel Bernardo Gondola
Maputo; 08 de Setembro 20[19]
Sem comentários:
Enviar um comentário