06/09/2019
O ex-Presidente do Zimbabué Robert Mugabe, que morreu hoje aos 95 anos, integrava a lista de chefes de Estado africanos forçados a deixar o poder nos últimos anos.
- 2010 -
Níger - Mamadou Tandja foi destituído em 18 de fevereiro através de um golpe militar depois de ter modificado a Constituição para se manter no poder no final de dois mandatos de cinco anos.
- 2011 -
Tunísia - Após 23 anos de governo, o Presidente Zine El Abidine Ben Ali fugiu para a Arábia Saudita na sequência de uma revolta popular.
Egito - Hosni Mubarak, que liderava o país desde 1981, entregou os seus poderes às Forças Armadas, em fevereiro, depois de 18 dias de uma revolta popular que mobilizou milhares de manifestantes e da qual resultaram 850 mortos.
Costa do Marfim - Em 11 de abril, Laurent Gbagbo foi detido após quatro meses de conflito na sequência da sua recusa em reconhecer a derrota nas eleições presidenciais de 2000 frente ao atual Presidente Alassane Ouattara, conflito de que resultaram 3.000 mortos.
Líbia - Muammar Kadhafi, que governou o país com "mão de ferro" durante quase 42 anos, foi morto em 20 de outubro próximo de Syrte, após um movimento de contestação que se transformou em conflito armado.
- 2012 -
Mali - Militares depuseram o regime de Amadou Toumani Touré em 22 de março, acusando o então chefe de Estado de "incompetência" na luta contra os grupos islamitas e a rebelião tuaregue no norte do país.
Guiné-Bissau - Um golpe de Estado militar interrompeu o processo eleitoral em 12 de abril, a duas semanas da segunda volta das eleições presidenciais, com os golpistas a anunciarem a deposição dos então Presidente Raimundo Pereira e do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior.
- 2013 -
República Centro Africana - Uma década após ter tomado o poder pela força, François Bozizé foi destituído em 24 de março pelos rebeldes muçulmanos do séléka, desencadeando um ciclo de violência e represálias contra as milícias cristãs.
Egito - Após manifestações em massa a reclamar a saída do poder de Mohamed Morsi, eleito em junho de 2012, as Forças Armadas destituíram o Presidente e prenderam-no em 03 de julho.
- 2014 -
Burkina Faso - Chegado ao poder através de um golpe de Estado em 1987, Blaise Compaoré anunciou a sua demissão em 31 de outubro após 27 anos de Governo na sequência de confrontos e manifestações contra um projeto de revisão constitucional que lhe permitiria permanecer no poder.
Menos de um ano depois, o Presidente interino Michel Kafando seria destituído, mas reinvestido em funções uma semana depois.
- 2017 -
Gâmbia - No poder desde 1994 na sequência de um golpe de Estado militar, Yahya Jammeh foi derrotado em eleições, mas recusou aceitar o resultado. Após seis semanas de crise deixou o poder sob pressão militar e diplomática dos Estados vizinhos, exilando-se na Guiné Equatorial.
Zimbabué - Abandonado pelos militares e pelos seus apoiantes após 37 anos no poder, Robert Mugabe, 93 anos, apresentou em 21 de novembro a demissão numa altura em que o parlamento do país tinha iniciado já o debate sobre a sua destituição. Sucedeu-lhe no cargo o seu vice-Presidente, Emmerson Mnangagwa.
- 2018 -
África do Sul - Jacob Zuma, o primeiro Presidente zulu da África do Sul, no poder desde maio de 2009, demitiu-se a 14 de fevereiro sob ameaça de ser destituído e mediante forte pressão do seu partido, o Congresso Nacional Africano (ANC), devido a vários escândalos de corrupção nos quais está alegadamente envolvido.
Sucedeu-lhe o seu vice-Presidente, Cyril Ramaphosa.
- 2019 -
Argélia - No poder há 20 anos e enfraquecido por um Acidente Vascular Cerebral (AVC), que sofreu em 2013, Abdelaziz Bouteflika, 82 anos, demitiu-se em 02 de abril após um mês de inédita contestação.
O Presidente que era candidato a um quinto mandato prometeu não o terminar em caso de vitória, mas posteriormente retirou a candidatura e adiou as eleições por tempo indeterminado.
As Forças Armadas pediram em finais de março que fosse declarado inapto para exercer o poder e exigiram a sua demissão.
Abdelkader Bensalah, presidente da Câmara Alta do Parlamento, tornou-se Presidente interino até às próximas eleições presidenciais, cuja data deverá ser anunciada em 15 de setembro.
Sudão - Depois de 30 anos no poder, Omar al-Bashir foi destituído e detido pelo Exército em 11 de abril após quatro meses de um movimento de contestação popular inédito, que continuou após a sua saída para reclamar um Governo civil.
Depois de mais de oito meses de crise política, o primeiro Governo de transição para o poder civil foi nomeado na quinta-feira.
LUSA – 06.09.2019
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