segunda-feira, 6 de março de 2017
Os trabalhos já iniciaram. Os grupos de descentralização e assuntos militares já estão a mexer os respectivos dossiers mas os especialistas estrangeiros já regressaram para os seus países para melhor se prepararem e voltam a Moçambique no dia 15 deste mês e ficarão o tempo que for necessário. Mas durante a ausência destes especialistas estrangeiros os grupos de trabalho da frelimo e da renamo vão continuar com as suas actividades.
Parece que desta vez as coisas vão funcionar, porque também há envolvimento de países pesos pesados como a América de Donald Trump, Inglaterra, União Europeia, China e outros. Estes países constituem o grupo de contacto com estatuto de observadores e são os mesmos que financiam o processo negocial. Também serão convidados a participar nas reuniões das equipas negociais. Naturalmente estes países vão querer maior celeridade no processo e certamente não irão tolerar as bruscas "viragens de disco" de certos indivíduos. Praticamente estes paises também são mediadores e têm mais responsabilidades do que os mediadores anteriores (o grupo chefiado Mario Raffaelli).
Portanto, já são sobejamente conhecidas as exigências da renamo neste processo, sobretudo:
1. Nomeação provisória dos seus governadores nas 6 provincias que teve maioria nas eleições de 2014 -isto resolve de forma imediata o problema da fraude eleitoral da frelimo;
2. Integração dos seus militares e quadros nas Forças de Defesa e Segurança (FADM, FIR, PRM e SISE), para acabar com a hegemonia e abusos da frelimo nestes órgãos;
3. Aprovação das leis da descentralização que inclui a transformação de todos os distritos em espécie de municípios.
1. Nomeação provisória dos seus governadores nas 6 provincias que teve maioria nas eleições de 2014 -isto resolve de forma imediata o problema da fraude eleitoral da frelimo;
2. Integração dos seus militares e quadros nas Forças de Defesa e Segurança (FADM, FIR, PRM e SISE), para acabar com a hegemonia e abusos da frelimo nestes órgãos;
3. Aprovação das leis da descentralização que inclui a transformação de todos os distritos em espécie de municípios.
Na prática, as negociações visam resolver o diferendo eleitoral (a frelimo perdeu as eleições e usou ilegalmente as forças de defesa e segurança republicanas para esmagar o partido vencedor e o seu candidato) e obrigar a frelimo a cumprir o acordo de Roma assinado em 1992.
Vamos torcer para que tudo corra de uma satisfatória. Já se sabe que esta é a última trégua dada por Dhlakama porque depois disso, ou haverá o cessar-fogo definitivo ou o acender do fogo incandescente. Até porque Dhlakama já demonstrou que quer a paz mas também está preparado para a guerra. Mesmo que a frelimo compre armas sofisticadas e contrate robocops e várias divisões de rambos, o resultado será inevitavelmente desastroso, não hajam ilusões.
Porque parece que Dhlakama é um enviado de Deus (lembram - se do pombo na Beira? - vide a imagem que acompanha o presente post!) e os rangers da Renamo são extraordinariamente formidáveis. Não há e nunca existiu algo parecido na história da humanidade.
UNAY CAMBUMA
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