Canal de Opinião por Noé Nhantumbo
No caso de resistência, seria a morte de Afonso Dlahkama?
Há muita gente que não tem sono porque Afonso Dhlakama está gozando de uma popularidade histórica em Moçambique.
Quando ele propõe algo e o Governo do dia não aceita, fica claro que este não admite nem considera a partilha do poder em Moçambique.
Detentora de um aparato bélico apreciável, a PRM actua como ponta-de-lança de um partido armado que se diz não armado.
Os factos falam por si e desmentem categoricamente qualquer discurso em contrário. Segurança pública, paz, sossego é desejo dos cidadãos e, nesse sentido, apoiam a PRM, quando esta faz o seu trabalho respeitando as leis.
Pode-se compreender que uma Polícia criada nos tempos do partido único e com um comando que sempre esteve aliado e obediente ao partido Frelimo tenha dificuldades de mudar e adaptar-se à nova realidade de pluralismo político.
Mas não é aceitável que a PRM prossiga agindo como se Moçambique fosse um regime monocromático.
A Comissão Política da Frelimo tem a responsabilidade de manter a paz de que tanto fala.
O Governo de Moçambique tem a responsabilidade de cingir-se à lei e respeitar os direitos humanos, o direito à vida.
Emboscadas e
artimanhas não vão trazer a paz.
Depois de tantas tentativas frustradas visando eliminar AMMD, é tempo de a liderança da Frelimo assumir que Moçambique precisa de “ar fresco”, de um renascimento político que passa pela adopção de emendas constitucionais que aprofundem a descentralização e a democracia.
Moçambique não pertence à Frelimo, e isso tem de ser demonstrado pela actuação de instituições como a PRM.
Normalizar o país é urgente e superior a agendas de quem não consegue aceitar que os outros moçambicanos são-no por direito inalienável.
Altivez, arrogância e desfaçatez são posturas que combinavam com o partido único. Essa situação foi desmontada pelos moçambicanos.
Quando uma força especializada se move e cerca um líder da oposição, como se viu na Beira, obedece a um comando, e isso é, em si, um atentado contra a paz e estabilidade nacional. Se tivesse havido resistência e disparos dos guardas de AMMD, teríamos o conflito instalado e provavelmente a concretização dos planos de “savimbização” de AMMD.
Isolar, encurralar e “savimbizar” já havia sido sugerido por SV. Não é assim que age um Governo democrático.
Pelo poder e para a sua manutenção, é preciso que a Frelimo aprenda a aceitar a alternância democrática e a comportar-se como um partido que adere aos preceitos democráticos.
A acção policial desproporcional e em desrespeito flagrante pela lei incorpora-se numa estratégia de humilhação e provocação programados com fins inconfessáveis.
E os esforços tendentes a forçar os opositores a aceitarem os “factos consumados” de Outubro de 2014 consubstanciam ditadura.
Realisticamente falando, embora a PRM e as FADM sejam legais e existam ao abrigo da CRM, a sua actuação configura uma situação de subordinação ao partido Frelimo.
E são os factos que falam por si.
Assim, quem propala a falácia de que a Renamo é um partido armado e, nesse sentido, incumpridor da lei, deveria estar trabalhando no sentido do desarmamento dos dois exércitos partidários existente em Moçambique.
A retórica da paz e da legalidade é um exercício de pura demagogia política.
Quando se opta pela “democracia da humilhação”, está-se promovendo o ódio e a intolerância.
Os “tambores do apocalipse” tocados por certos batuqueiros nas redes sociais e mesmo na comunicação social pública são um perigo, porque incentivam acções como o assassinato político.
As hostilidades do passado tiveram causas conhecidas, e qualquer reacender da guerra que alguns desejam será mergulhar o país numa espiral de violência devastadora.
Importa estabelecer negociações amplas e abertas sobre a Constituição da República de Moçambique no sentido de acautelar e fortalecer a democracia.
O principal factor de desestabilização no país é a existência de forças armadas partidarizadas.
Como estas forças são utilizadas com fins eleitoralistas, atacam e ferem a democracia, como se tem visto.
Chegar ao poder por vias ilícitas apoiadas pela repressão dos opositores tem sido a forma encontrada pelos detentores do poder, com boa parte da sociedade civil e confissões religiosas fazendo vista grossa.
Falar de desenvolvimento e despender recursos públicos escassos organizando seminários num quadro antidemocrático é contraproducente, como se tem visto.
Ladroagem de votos e de fundos públicos através de “procurement” inquinado não pode ser a forma de ser e estar em Moçambique.
Queremos paz e dignidade, respeito pela moçambicanidade e o fim da impunidade.
O momento que se vive é crítico, mas também histórico, em que se revelam heróis e cobardes.
Os moçambicanos esperam que os seus líderes se afirmem trabalhando em prol da concórdia nacional e um desenvolvimento que traga frutos, e que estes sejam compartilhados.
Basta de ódios e sangue de inocentes derramado para a satisfação de agendas sinistras de quem tem medo da democracia. (Noé Nhantumbo)
CANALMOZ – 12.10.2015
Depois de tantas tentativas frustradas visando eliminar AMMD, é tempo de a liderança da Frelimo assumir que Moçambique precisa de “ar fresco”, de um renascimento político que passa pela adopção de emendas constitucionais que aprofundem a descentralização e a democracia.
Moçambique não pertence à Frelimo, e isso tem de ser demonstrado pela actuação de instituições como a PRM.
Normalizar o país é urgente e superior a agendas de quem não consegue aceitar que os outros moçambicanos são-no por direito inalienável.
Altivez, arrogância e desfaçatez são posturas que combinavam com o partido único. Essa situação foi desmontada pelos moçambicanos.
Quando uma força especializada se move e cerca um líder da oposição, como se viu na Beira, obedece a um comando, e isso é, em si, um atentado contra a paz e estabilidade nacional. Se tivesse havido resistência e disparos dos guardas de AMMD, teríamos o conflito instalado e provavelmente a concretização dos planos de “savimbização” de AMMD.
Isolar, encurralar e “savimbizar” já havia sido sugerido por SV. Não é assim que age um Governo democrático.
Pelo poder e para a sua manutenção, é preciso que a Frelimo aprenda a aceitar a alternância democrática e a comportar-se como um partido que adere aos preceitos democráticos.
A acção policial desproporcional e em desrespeito flagrante pela lei incorpora-se numa estratégia de humilhação e provocação programados com fins inconfessáveis.
E os esforços tendentes a forçar os opositores a aceitarem os “factos consumados” de Outubro de 2014 consubstanciam ditadura.
Realisticamente falando, embora a PRM e as FADM sejam legais e existam ao abrigo da CRM, a sua actuação configura uma situação de subordinação ao partido Frelimo.
E são os factos que falam por si.
Assim, quem propala a falácia de que a Renamo é um partido armado e, nesse sentido, incumpridor da lei, deveria estar trabalhando no sentido do desarmamento dos dois exércitos partidários existente em Moçambique.
A retórica da paz e da legalidade é um exercício de pura demagogia política.
Quando se opta pela “democracia da humilhação”, está-se promovendo o ódio e a intolerância.
Os “tambores do apocalipse” tocados por certos batuqueiros nas redes sociais e mesmo na comunicação social pública são um perigo, porque incentivam acções como o assassinato político.
As hostilidades do passado tiveram causas conhecidas, e qualquer reacender da guerra que alguns desejam será mergulhar o país numa espiral de violência devastadora.
Importa estabelecer negociações amplas e abertas sobre a Constituição da República de Moçambique no sentido de acautelar e fortalecer a democracia.
O principal factor de desestabilização no país é a existência de forças armadas partidarizadas.
Como estas forças são utilizadas com fins eleitoralistas, atacam e ferem a democracia, como se tem visto.
Chegar ao poder por vias ilícitas apoiadas pela repressão dos opositores tem sido a forma encontrada pelos detentores do poder, com boa parte da sociedade civil e confissões religiosas fazendo vista grossa.
Falar de desenvolvimento e despender recursos públicos escassos organizando seminários num quadro antidemocrático é contraproducente, como se tem visto.
Ladroagem de votos e de fundos públicos através de “procurement” inquinado não pode ser a forma de ser e estar em Moçambique.
Queremos paz e dignidade, respeito pela moçambicanidade e o fim da impunidade.
O momento que se vive é crítico, mas também histórico, em que se revelam heróis e cobardes.
Os moçambicanos esperam que os seus líderes se afirmem trabalhando em prol da concórdia nacional e um desenvolvimento que traga frutos, e que estes sejam compartilhados.
Basta de ódios e sangue de inocentes derramado para a satisfação de agendas sinistras de quem tem medo da democracia. (Noé Nhantumbo)
CANALMOZ – 12.10.2015
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