Canal de Opinião por Noé Nhantumbo
Tem sido a obstinação de alguns que impede entendimentos.
Quando se proclama que o diálogo não avança alegadamente porque as partes não têm confiança entra elas não se está dizendo tudo.
Já é altura de falarmos com lisura e deixarmos de emporcalhar a verdade.
O que cheira dos discursos de alguns segmentos preponderantes no país é a sensação de que o país lhes pertence. As palavras podem ser diferentes, cada vez que alguma sumidade abre a boca, mas o conteúdo aponta para a mesma direcção.
Fazer política sem realismo tem sido fatal para Moçambique.
Cada vez que se dá um passo para frente dão-se dois para trás.
Embora se diga que o poder está concentrado na figura do PR, que é simultaneamente presidente do partido com maioria parlamentar, os factos contradizem esses “pronunciamentos”.
Sente-se plenamente que há vários centros do poder. Isso mina a eficácia dos diálogos que se procuram estabelecer.
A “prata da casa” sabe quais são os ingredientes que faltam para a “sopa da paz”.
Mais do que organizar marchas de apelo a este bem precioso, precisa ficar claro que é a mentira oficial ou oficiosa que deve ser expurgada.
A repetição de inverdades não produz verdades alquimicamente.
A dose
de obtusos passeando a sua classe e com espaço cativo na comunicação social é
preocupante.
Uma das heranças mais perigosas da era do partido único é o seguidismo e a subserviência.
Gente formatada para defender um regime, hoje lança-se a público vociferando inverdades, propondo vias de solução de um problema que acarretam consequências penosas.
Ao dar-se espaço privilegiado aos defensores da solução final revela-se que não há vontade genuína de dialogar.
Ao misturar-se a agenda de manutenção no poder de um partido com assuntos de Estado, revela-se que ainda continua a assumir-se que o partido-Estado do passado ainda não morreu na cabeça de algumas pessoas.
Outro aspecto interessante a ser observado é que, a despeito dos esforços de colocar a despartidarização do aparelho de Estado no topo da agenda, do Governo surgem indicações de que não está preocupado com este “dossier”.
Teimosamente continua a distribuir cargos pelos membros de seu partido de suporte como se isso fosse normalíssimo.
Está faltando senso comum por parte de quem afirma que possui sentido de Estado.
As mudanças partem de pressupostos concretos, e sem vontade de mudar nada acontece.
O verbo bonito, recheado de “sabedoria”, não consubstanciado em actos de aproximação e de construção de pontes, é um exercício fútil de consequências vãs.
É estranho que se cerque a casa de AMMD na Beira. Será uma manobra direccionada à sua protecção oficial, ou será parte de um plano diferente?
É também estranho que o PR não se pronuncie sobre assuntos de estratégica importância nacional e que os serviços televisivos coloquem tais assuntos em segunda linha.
Com tantos percalços e demonstração de divisões ao mais alto escalão, pode ser que alguém tenha o PR controlado e com “rédeas curtas”.
Não está havendo sinais concretos de existência de liderança.
Às apalpadelas observam-se protagonistas “cinzentos”, “empoeirados”, procurando a luz do dia para voltar a luzir.
Para algumas pessoas sedentas de sangue alheio, a solução ainda passa por eliminar AMMD. A alternância democrática pacífica no poder e do poder está claramente fora do alfabeto de algumas pessoas.
Quando se diz que reina a obstinação e a irredutibilidade, não se está mentido.
Moçambique não muda porque alguém se supõe seu proprietário.
Não se pode estabelecer a paz através de abusos e de emboscadas.
Espera-se que haja senso na comunidade internacional através de suas embaixadas em Maputo.
É preciso exercer pressão sobre as partes desavindas de maneira firme e com todo o poder que as chancelarias internacionais possuem.
A ONU não pode vacilar para depois de tudo estragado intervir com “capacetes azuis”.
Este é momento de mostrar contenção e não exibir forças de qualidade duvidosa.
Aos mediadores cabe encetarem contactos urgentes com os centros do poder em Maputo e tudo fazer para trazer dissuasão e serenidade.
Quem comanda as FDS em Moçambique?
Quem está dando ordens de cerco a AMMD?
Quem está dirigindo este triste espectáculo?
Compatriotas, gostaria de me enganar sobre a existência de algum plano de “savimbização”.
Dias cinzentos nos aguardam.
(Noé Nhantumbo)
CANALMOZ – 16.10.2015
Uma das heranças mais perigosas da era do partido único é o seguidismo e a subserviência.
Gente formatada para defender um regime, hoje lança-se a público vociferando inverdades, propondo vias de solução de um problema que acarretam consequências penosas.
Ao dar-se espaço privilegiado aos defensores da solução final revela-se que não há vontade genuína de dialogar.
Ao misturar-se a agenda de manutenção no poder de um partido com assuntos de Estado, revela-se que ainda continua a assumir-se que o partido-Estado do passado ainda não morreu na cabeça de algumas pessoas.
Outro aspecto interessante a ser observado é que, a despeito dos esforços de colocar a despartidarização do aparelho de Estado no topo da agenda, do Governo surgem indicações de que não está preocupado com este “dossier”.
Teimosamente continua a distribuir cargos pelos membros de seu partido de suporte como se isso fosse normalíssimo.
Está faltando senso comum por parte de quem afirma que possui sentido de Estado.
As mudanças partem de pressupostos concretos, e sem vontade de mudar nada acontece.
O verbo bonito, recheado de “sabedoria”, não consubstanciado em actos de aproximação e de construção de pontes, é um exercício fútil de consequências vãs.
É estranho que se cerque a casa de AMMD na Beira. Será uma manobra direccionada à sua protecção oficial, ou será parte de um plano diferente?
É também estranho que o PR não se pronuncie sobre assuntos de estratégica importância nacional e que os serviços televisivos coloquem tais assuntos em segunda linha.
Com tantos percalços e demonstração de divisões ao mais alto escalão, pode ser que alguém tenha o PR controlado e com “rédeas curtas”.
Não está havendo sinais concretos de existência de liderança.
Às apalpadelas observam-se protagonistas “cinzentos”, “empoeirados”, procurando a luz do dia para voltar a luzir.
Para algumas pessoas sedentas de sangue alheio, a solução ainda passa por eliminar AMMD. A alternância democrática pacífica no poder e do poder está claramente fora do alfabeto de algumas pessoas.
Quando se diz que reina a obstinação e a irredutibilidade, não se está mentido.
Moçambique não muda porque alguém se supõe seu proprietário.
Não se pode estabelecer a paz através de abusos e de emboscadas.
Espera-se que haja senso na comunidade internacional através de suas embaixadas em Maputo.
É preciso exercer pressão sobre as partes desavindas de maneira firme e com todo o poder que as chancelarias internacionais possuem.
A ONU não pode vacilar para depois de tudo estragado intervir com “capacetes azuis”.
Este é momento de mostrar contenção e não exibir forças de qualidade duvidosa.
Aos mediadores cabe encetarem contactos urgentes com os centros do poder em Maputo e tudo fazer para trazer dissuasão e serenidade.
Quem comanda as FDS em Moçambique?
Quem está dando ordens de cerco a AMMD?
Quem está dirigindo este triste espectáculo?
Compatriotas, gostaria de me enganar sobre a existência de algum plano de “savimbização”.
Dias cinzentos nos aguardam.
(Noé Nhantumbo)
CANALMOZ – 16.10.2015
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