26-07-2014 16:23:48
Por Gustavo Mavie, da AIM, em Moscovo
Moscovo, 26 Jul (AIM) O Primeiro-Ministro moçambicano, Dr. Alberto Vaquina, disse não ter nenhuma lógica que o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, esteja a exigir condições ao governo para que ´´possa sair das matas onde ele se meteu por sua livre e espontânea vontade´´.
Falando durante um encontro que manteve hoje, em Moscovo, com a comunidade moçambicana residente na Rússia, onde está de visita de trabalho de três dias, Vaquina explicou que antes de Dhlakama ir viver nas matas de Gorongosa, ele tinha a sua vida tranquila na cidade de Nampula, Norte do país, mas que sem que tenha sido coagido por quem quer que seja, muito menos pelo Governo, ele saiu de lá e foi fixar-se em Santungira, na província de Sofala, centro do País.
´´Sem que tenha sido atacado, ele, ou melhor, os seus homens armados começaram a fazer ataques contra as populações locais, mas frequentemente em Muxúngue. À medida que o tempo foi passando, ele foi continuando a ordenar ataques até agora´´, explicou Vaquina aos presentes, na sua maioria parte dos 280 estudantes moçambicanos que estudam em diferentes universidades russas.
O Dr. Vaquina vincou que, agora, Dhlakama exige condições ao Governo para que possa sair dessas matas em que se meteu sem o conhecimento sequer das autoridades.
´´Mas como é que ele quer garantias de nós? Afinal fomos nós que o metemos nessas matas? Ele saiu por sua livre vontade da cidade de Nampula, onde vivia e foi lá nessas matas e, naturalmente, cabe a ele sair se é que já quer voltar donde saiu ou ir fixar-se noutro ponto do Pais. Ele é livre desde que abdique de fazer ataques. Ele viverá em paz connosco como viveu desde 1992 quando pautava pela paz´´, disse Vaquina, o que provocou uma grande risada dos presentes, numa clara indicação de que achavam caricato que Dhlakama esteja a exigir tais condições.
O governante moçambicano asseverou aos presentes que apesar dos ataques injustificados da Renamo, o governo fará tudo que esteja ao seu alcance, para que se ponha fim as ameaças à paz e estabilidade políticas no país, para que o desenvolvimento acelerado que se regista se mantenha.
Ele apelou à comunidade estudantil que se empenhe mais ainda nos seus estudos, porque cabe mais a eles garantir a continuidade desse desenvolvimento com os conhecimentos que estão a assimilar aqui na Rússia.
´´O desenvolvimento dos países é feito pelos seus povos e quanto mais dominar a ciência e a técnica, melhor poderá ter sucesso na busca da prosperidade´´, vincou, alertando para que não se deixem levar pelos que dizem que o país está em estagnação.
´´O desenvolvimento de um país não se faz de uma noite para o dia. É por isso que o nosso hino nacional nos diz que a conquista do nosso futuro melhor será a pedra-a-pedra, e não num só dia´´, alertou, tendo um dos estudantes que estava ao meu lado, replicado que o nosso primeiro-ministro está a dizer uma grande verdade, porque mesmo esta Rússia que é uma nação, há milénios, ainda tem muitos problemas sociais que afectam boa parte do seu povo.
´´Quanto mais nós que só existimos como país há apenas cerca de 40 anos?!´´, vincou o mesmo estudante que disse ser proveniente de Moma, em Nampula, e finalista de Mestrado em agronomia. Um dos empresários que integra a comitiva de Vaquina, de nome Magalhães Ibramugy, prometeu empregar-lhe na sua farma em Moma, pagar lhe um bom salario e dar-lhe carro, casa e outras condições.
O estudante disse aceitar a oferta, mas alertou que espera que ele cumpra essa sua promessa, tendo o avisado em macua que quem faz promessas fica em divida.
Vaquina revelou que o país terá eleições em Outubro, mas que acredita que os moçambicanos saberão preservar um ambiente político que garantirá o rápido desenvolvimento do seu país, para que continue sendo um dos dez que mais crescem em todo o mundo, e que para tanto, contará com o apoio dos seus parceiros ou nações amigas como esta Rússia cujo Primeiro-Ministro, Dmitri Medvedev, o convidou para que juntos possam traçar estratégias comuns que garantam que ambos se desenvolvam em prol do bem-estar dos seus respectivos povos.
(AIM)
GM/mz
Sem comentários:
Enviar um comentário