"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quarta-feira, 30 de julho de 2014

Membros da Renamo estão em perigo de vida nas celas da Polícia em Nampula
Escrito por Redação Nampula  em 30 Julho 2014
Vinte e um membros da Renamo, o maior partido da oposição, definham nas celas do Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Nampula, na sequência das constantes torturas a que estão sujeitos, por parte da corporação. Os visados fazem parte do grupo de ex-guerrilheiros do partido de Afonso Dhlakama encarcerados em Outubro do ano passado, indiciados de promoverem desmandos na localidade de Napome, distrito de Nampula-Rapale.
Dentre os detidos, figuram José Cadeira, delegado político da Renamo, em Namaita, e um antigo comandante daquele movimento político, radicado em Mutivaze.
Segundo Pinoca Luxo, chefe da bancada da Renamo na Assembleia Provincial e chefe do gabinete eleitoral daquela formação política, a nível da cidade de Nampula, para além das constantes torturas, os membros da Renamo foram privados de todas as suas liberdades, facto que os impossibilita de manterem qualquer tipo de comunicação com as respectivas famílias.
Pinoca esteve detido cerca de dois meses e uma semana nas celas do Comando Provincial da PRM, em conexão com o mesmo caso, tendo sido solto a 31 de Dezembro passado. Durante o tempo em que esteve sob custódia policial, aquele dirigente político diz ter vivido situações dramáticas e atentatórias à vida humana, na companhia dos colegas que ainda permanecem nas celas.
“Na minha vida nunca teria vivido situações como aquelas por que passei nas celas da polícia. Eu e os meus colegas que continuam detidos fomos sempre objecto de humilhação, perpetradas pelos agentes da Lei e Ordem. Alguns não resistiram e perderam a vida”, denunciou Pinoca.
A este grupo de indivíduos, de acordo com o nosso entrevistado, juntam-se outros seis que se encontram na Cadeia Civil de Nampula, transferidos das celas do Comando da Polícia naquela província. Pinoca Luxo conta que, desde que foram encarcerados, nunca foram ouvidos e nem sequer se conhece a data do seu provável julgamento.
Não obstante ter sido solto a 31 de Dezembro, o nosso entrevistado diz que continua a ser alvo de perseguições, por parte das autoridades policiais, ligadas à investigação criminal, depois que viu o seu processo devolvido do Ministério Público, supostamente, para mais depoimentos, tendo a última audição ocorrido na semana passada.
Em relação a esta matéria, a Polícia confirma a detenção de alguns membros da Renamo que supostamente desestabilizavam algumas regiões de Mutivaze e Gazuzo, nos distritos de Nampula/Rapale e Murrupula, mas escusa-se a entrar em detalhes.

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