Líder da Renamo diz que está ansioso em sair das matas para iniciar a campanha eleitoral
O partido Renamo vai formalizar a candidatura de Afonso Dhlakama a Presidente da República, hoje, no Conselho Constitucional. Aliás, Dhlakama afirmou, em teleconferência, que está ansioso em sair das matas de Gorongosa, na província de Sofala, para iniciar a campanha eleitoral, uma vez que faltam sensivelmente três meses para as eleições de 15 de Outubro próximo.
Quando é que o presidente vai formalizar a sua candidatura à presidência da República?
Quanto à formalização da candidatura, eu não sei o que dizer. Mas perguntaria quando é que o conflito acaba, para o Dhlakama entrar num 4x4, ir a Manhiça, Massinga, Cabo Delgado, Chiúre. É por isso que estamos a fazer de tudo, porque, de facto, o tempo está a acabar. os outros candidatos já andam por aí. Não sei para quando, mas estamos a fazer tudo por tudo para que isso aconteça agora. Estou preparado para concorrer. Mas a Frelimo tem medo, porque sabe que não vai encher mais as urnas, porque a nova lei eleitoral permite que os partidos tenham seus representantes, para controlar os votos.
Se até à data da eleições não se chegar a um consenso no diálogo, teremos eleições no país?
Mesmo que não se chegue a um acordo a 100%, que haja um entendimento de pararmos os disparos, com garantia de que, no futuro, as coisas possam ser tratadas, as eleições não vão ser afectadas. É claro que ficaria bonito se, de facto, houvesse um acordo sério sobre a unificação das Forças Armadas. A implementação da integração e unificação poderia ser depois de Agosto, porque não há tempo de juntar as coisas, com apenas dois meses para a campanha eleitoral.
Depois da detenção de António Muchanga, há possibilidades de se realizar o encontro entre o líder da Renamo e o Chefe do Estado, Armando Guebuza?
O Governo fala do encontro no sentido de propaganda. Quantas vezes o Presidente da República já quis dar a entender que estava preparado para receber o presidente Dhlakama em Maputo? E eu perguntaria, se o Muchanga é detido porque expressa os interesses do partido, porque fala e representa o partido e o líder, como é que o Dhlakama, se estivesse interessado, teria a certeza de que, se chegasse a Maputo, no mesmo dia não seria detido. Se calhar, Guebuza convida-me a Maputo para me deter ou para me assassinar. O encontro é só para dar a entender aos jornalista e à comunidade internacional que está preparado, mas nunca esteve. Quem tem falado do encontro do fundo do coração sou eu. Por exemplo, ele está aqui a passear, porque não disse “Dhlakama, irmão, vamos encontrar-nos”.
Ainda tem confiança nos membros do Conselho do Estado?
O problema não está com um colega membro do Conselho do Estado, mas com o próprio presidente.
Quem vai ocupar o cargo de porta-voz do presidente da Renamo, agora que António Muchanga está detido?
Não vamos dizer ainda. Estou a analisar, não às correrias, a pessoa com capacidade, mas dentro de dias vamos informar a imprensa.
Quando recebeu a comunicação da detenção de António Muchanga, que orientações deu à delegação da Renamo que está no diálogo?
Não dei nenhuma recomendação. As negociações estão a decorrer normalmente, não houve interrupção. Evitei misturar os dois assuntos.
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