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(2014-07-11) Afastado do teatro político por algum tempo, o Primeiro-Ministro reapareceu com peso nos últimos dois dias da sessão de “perguntas ao Governo”.Se na quarta-feira Alberto Vaquina procurou responder, ainda que de forma pouco detalhada, às questões formuladas pelas três bancadas, ontem foi simplesmente demolidor. Contra a Renamo, claro. Na verdade, não se tratou apenas de um discurso de encerramento da sessão de “perguntas ao Governo”; foi um discurso que denuncia a perda de paciência do Executivo face ao diferendo político que o opõe à Renamo. O Primeiro-Ministro tratou de “corrigir” a designação em sede do Parlamento, ao afirmar que a Renamo não está em conflito com o Governo, mas sim com o Estado moçambicano. “Quando a Renamo ataca e mata cidadãos, quando a Renamo destrói o património público e privado, quando a Renamo ostensivamente desrespeita a lei moçambicana, está a atacar o Estado moçambicano, está a ferir a dignidade da pátria moçambicana”, disse. Vaquina chegou mesmo a questionar se fazia sentido evocar a Constituição num país onde a Renamo sobrepõe a sua vontade a todo o ordenamento jurídico. Mas o Primeiro-Ministro não parou por aqui: questionou a legitimidade da Renamo para ordenar ataques contra pessoas e bens supostamente porque não se sente confortável com uma determinação situação. “A Renamo é e deve ser respeitada porque é um partido político ou porque é uma organização que tem armas e mata pessoas?”, ironizou. Os colegas do Conselho de Ministros e os deputados da Frelimo acompanhavam atentamente o desbobinar das críticas. De vez em quando, uma interrupção para os aplausos. Do lado da Renamo, soltavam-se algumas vaias dos poucos deputados que ontem estiveram presentes. Mas não o suficiente para cortar o ímpeto discursivo. O Primeiro-Ministro lembrou que o Governo deve manter a ordem e fazer cumprir a lei, garantindo segurança e integridade dos cidadãos. “Os moçambicanos estão na sua pátria e não numa terra emprestada pela Renamo ou por quem quer que seja”, declarou. |
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