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quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Zimbabwe: Governo de transição nas próximas 24 horas

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Robert Mugabe terá assinado, esta noite, com os militares, um acordo através do qual abandona o poder no Zimbabwe

Lázaro Mabunda
A Zanu PF poderá anunciar, nas próximas 24 horas, a composição do novo Governo de transição. Trata-se de um Governo interino que liderará os destinos de Zimbabwe por três anos, confirmou uma fonte ao “Expresso”. A fonte adianta que Robert Mugabe terá assinado, esta noite, com os militares, um acordo através do qual abandona o poder no Zimbabwe. Os militares estão a pressioná-lo para que apareça na TV a anunciar a decisão. Emmerson Mnangagwa, seu ex-vice presidente, passa a assumir as funções interinamente.
O acordo prevê também a proteção de Robert Mugabe e sua família. Igualmente, os militares e veteranos associados ao golpe de estado prometeram responsabilizar, por actos de corrupção o G40 (um grupo de propagandistas de Robert Mugabe). As forças armadas continuam à procura dos ministros Jonathan Moyo e Savior Kasukuwere, dois elementos que constituíam a espinha dorsal do G40. Trata-se de um grupo similar ao que foi criado em Moçambique durante a governação do Presidente Armando Guebuza.
Igualmente, foi decidido que o congresso da Zanu PF que deveria realizar-se este ano ficará sem efeito.
Mnangagwa será auxiliado por Teurai Ropa e Richard Tsvangirai. O trio tem a missão de restaurar a economia zimbabwiana nos próximos três anos. A Zanu PF publicou, no final da tarde desta quarta-feira, uma série de mensagens a tranquilizar os zimbabwianos negando haver “golpe do Estado” e afirmando que a situação estava estável.
O Zanu PF disse que a detenção de Mugabe era um acto necessário, porque “nem Zimbabwe nem a Zanu PF são propriedade de Mugabe e sua esposa”. Afirmam ainda que esta quarta-feira começa no Zimbabué uma nova fase na qual o “camarada (Emmerson) Mnangagwa ajudará o povo a alcançar um Zimbabwe melhor”.
Numa outra mensagem difundida na rede twiter, a Zano PF disse “a decisão de intervir” visava defender a constituição que “tinha sido enfraquecido”. Na mesma mensagem já anunciavam que o vice-presidente deposto, que já se encontrava exilado, assumiria interinamente a presidência do partido.
Há um enorme respeito dos militares sobre o Presidente Mugabe, mas também uma enorme rejeição à Grace Mugabe.
Num discurso feito no final da tarde desta quarta-feira, a Liga dos Veteranos de Guerra pediram que Mugabe fosse reconhecido “pelo seu papel como Presidente do Zanu PF”.
Até ao momento, consta que há pessoas detidas, ligadas ao presidente deposto e dois cidadãos israelitas que se supõem pertencer a MOSSAD (serviços secretos israelitas) ou segurança privada de Mugabe.
As esquadras da Polícia foram desmanteladas.
EXPRESSO(Lisboa) – 16.11.2017

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