30/09/2017
Por Vassili Vassiliev*
Chamemo-la Mafia ou estado gangsterisado, o certo é que encontro até hoje uma consistência entre esta "praxis" da FRELIMO e os processos que estão na origem dos movimentos guerrilheiros de inspiração marxista-leninista. Pelo menos na época em que se declaravam como tal, o Comité Central tinha primazia sobre o Conselho de Ministros. Ora, num Estado que nunca se separou do cunho partidário, como Moçambique, isso parece ser óbvio. E este
é um aspecto muito importante ao se analisar os processos decisórios na FRELIMO.
Tudo o que se alude a posterior, por exemplo, a aceitação dos programas de reajustamento estrutural, que a FRELIMO faz questão de vincar sempre que lhe são "impostos" pela conjuntura, devem ser encarados como mera cosmética para confundir os seus adversarios políticos internos e externos que pensam tratar-se de cedências ou o reconhecimento de erros de governacão.
Não é verdade, porque para a FRELIMO, todos os fins justificam os meios, desde que estes lhe permitam continuar no poder. A questão mafiosa no seu seio é algo que se segue à chegada desses programas neoliberais reajustamento estrutural e por imitacão da realidade sistémica nos países que lhes dão origem.
A FRELIMO apostou no chamado capitalismo de Estado, como estratégia a longo prazo e à semelhanca do seu homólogo chinês, para que o "core" da FRELIMO continuasse a levar em frente o seu projecto messiíanico e totalitário de "único e legítimo representante do povo moçambicano" com algumas concessões ao exterior, feitas com o mesmo expediente que os doadores, ou suas extensões empresariais fariam.
Se o preço do gás natural não tivesse conhecido uma queda abrupta internacional, muitos estariam a condecorar Guebuza e a FRELIMO por causa da extraordinaria ideia da EMATUM...
Porque todos os doadores estavam tacitamente de acordo com a democracia musculada que permite fraudes eleitorais recorrentes, desvios de aplicação dos seus Fundos Comuns e até assassinatos políticos maquilhados de crime organizado.
Um deles, seria o próprio Francois Hollande que com o negócio dos palangreiros salvou a França de grandes chatices na Normandia.
Mas tambem a própria Angela Merkel ficaria feliz se o Deutsche Bank viesse em conluio com o VTB e Credit Suisse ganhar dividendos da venda de "bonds" da EMATUM a China, Brasil e India.
Em suma, o projecto demagógico de Guebuza - bem pensado diga-se - e inspirado em Getúlio Vargas, lhe colocaria no pedestal de Houphouet-Boigny, Senghor ou mesmo Kadhaffi.
Por isso, não se espante se hoje em dia, os ditos "moderados" da FRELIMO como Luísa Diogo e Joaquim Chissano saiam abertamente em defesa de Guebuza.
Era um projecto comum a todo Comité Central, sem dúvidas nenhumas, porém, não a todos os ministros.
*Texto recibo por email. Vassili Vassiliev é pseudónimo de um militante da Frelimo de longa data. Trata-se de um ponto de vista diferente e que estimula o debate de ideias, nomeadamente as ideias sobre nosso percurso como Estado-Nação
Porque todos os doadores estavam tacitamente de acordo com a democracia musculada que permite fraudes eleitorais recorrentes, desvios de aplicação dos seus Fundos Comuns e até assassinatos políticos maquilhados de crime organizado.
Um deles, seria o próprio Francois Hollande que com o negócio dos palangreiros salvou a França de grandes chatices na Normandia.
Mas tambem a própria Angela Merkel ficaria feliz se o Deutsche Bank viesse em conluio com o VTB e Credit Suisse ganhar dividendos da venda de "bonds" da EMATUM a China, Brasil e India.
Em suma, o projecto demagógico de Guebuza - bem pensado diga-se - e inspirado em Getúlio Vargas, lhe colocaria no pedestal de Houphouet-Boigny, Senghor ou mesmo Kadhaffi.
Por isso, não se espante se hoje em dia, os ditos "moderados" da FRELIMO como Luísa Diogo e Joaquim Chissano saiam abertamente em defesa de Guebuza.
Era um projecto comum a todo Comité Central, sem dúvidas nenhumas, porém, não a todos os ministros.
*Texto recibo por email. Vassili Vassiliev é pseudónimo de um militante da Frelimo de longa data. Trata-se de um ponto de vista diferente e que estimula o debate de ideias, nomeadamente as ideias sobre nosso percurso como Estado-Nação
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