Maputo, Sexta-Feira, 14 de Outubro de 2011
Notícias Os moradores fizeram barricadas com troncos, impedindo a circulação de viaturas nas vias que dão acesso ao aterro de Mavoco e aos areeiros explorados pelo secretário do bairro.
Há anos que o relacionamento entre as partes não é saudável, mas ainda havia espaço para a convivência. Entretanto, a situação deteriorou-se nos últimos meses, quando para além das anteriores acusações de usurpação de machambas dos camponeses e posterior transformação em quintas, Paulo Manala passou a ser também visto como entrave para a instalação de condutas de água e rede de energia eléctrica em Beluluane A.
Segundo contam os moradores, uma decisão tomada pelo secretário do bairro terá deixado centenas de moradores do interior de Beluluane A fora da rede de abastecimento de água que na altura estava a ser colocada pelo Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (FIPAG).
Os residentes culpam Paulo Manala por o bairro, situado num dos maiores parques industriais do país, não possuir até hoje energia eléctrica, mesmo após pedidos feitos à Electricidade de Moçambique desde 2007/08.
Para a população, Manala, que a nossa Reportagem não conseguiu ouvi-lo, por estar em parte incerta, é mais empresário que secretário do bairro.
O secretário é proprietário de uma empresa denominada Estaleiros Manala, que explora cinco crateras de extracção de areia para a construção civil.
A chefe do posto da Matola-Rio, Maura Macuácua, esteve ontem em Beluluane para tentar amainar os ânimos, mas o diálogo com a população foi infrutífero. Ela apelou à calma e explicou que a mudança do secretário cabe ao partido Frelimo e não necessariamente à direcção do posto administrativo, mas os moradores insistiram que não querem mais o Paulo Manala como secretário.
A situação só foi controlada cerca das 12.00 horas pela Polícia, que fortemente armada, desobstruiu as vias e permitiu que os camiões carregados de areia saíssem da zona, depois de várias horas retidos.
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