Escrito por Adérito Caldeira em 06 Maio 2019 |
O presidente do Instituto de Comunicação Social da África Austral (MISA) em Moçambique recomendou aos jornalistas “um maior nível de profissionalismo onde os factos devem a cada momento serem testados e questionados antes da sua divulgação”, como resposta à crescente desinformação que é amplificada pelas redes sociais.
Intervindo na abertura do evento que em Maputo assinalou o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, Fernando Gonçalves começou por destacar o papel do jornalista durante os períodos eleitorais, “os eleitores precisam de estar devidamente informados sobre o tipo de ideias que cada uma das forças políticas tem a oferecer quando estiver no Governo. E é aqui onde se torna relevante o papel da imprensa como transmissor dessas ideias permitindo que o público eleitor faça escolhas numa base informada”.
“Para que a imprensa possa desempenhar cabalmente essa função é essencial que os seus agentes, que são os jornalistas, estejam em condições de actual num ambiente de liberdade, de independência e de pluralismo, livres de qualquer tipo de interferência e de intimidação”, declarou.
O presidente do MISA Moçambique enfatizou que: “Não há, nem poderá haver uma sociedade democrática que se dê ao luxo de prescindir dos valores de uma imprensa verdadeiramente livre”, afinal a Comunicação Social é o principal vector da Liberdade de Expressão.
Gonçalves alertou: “Nos dias que correm, e em parte em consequência dos avanços tecnológicos de que desfrutamos, a Liberdade de Imprensa tem sido ameaçada, também pela manipulação destes meios tecnológicos pela difusão de informação que é manifestamente falsa. Isto coloca os meios de comunicação social numa situação de descrédito perante o público e momentos eleitorais são férteis nestas práticas especialmente devido a determinação dos políticos de formatarem e manipularem o pensamento dos eleitores”.
“A resposta que deve ser dada a este fenómeno, por parte do sector convencional da Comunicação Social, é cada vez um maior nível de profissionalismo onde os factos devem a cada momento serem testados e questionados antes da sua divulgação”, recomendou o presidente do MISA Moçambique que é uma dos mais experientes jornalistas moçambicanos.
Na abertura da mesma conferencia Eduardo Constantino, o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Jornalistas (SNJ), concordou com o presidente do MISA Moçambique: “Hoje vemos como a confiança dos cidadãos no trabalho da mídia está desgastando-se de maneira perigosa. A mídia enfrenta uma série de desafios que, a longo prazo, poderão minar o seu papel de pedra angular nos sistemas democráticos”.
Relativamente ao “Jornalismo e Eleições em Tempo de Desinformação”, que foi um lema da data em Moçambique, Constantino disse: “Gostaríamos muito sinceramente de ver a mídia moçambicana a desempenhar o seu papel primordial que é de informar e não de ser actor do processo como alguns já nos habituaram”.
Mas se o apelo do secretário-geral do SNJ era dirigido aos mídias independentes serve também para os órgãos de Comunicação Social públicos que são actores da propaganda do partido Frelimo.
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"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"
segunda-feira, 6 de maio de 2019
Presidente do MISA Moçambique recomenda “profissionalismo” aos jornalistas como resposta à desinformação nas redes sociais
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