Borges Nhamirre
2 h ·
A CNE diz que a Frelimo ganhou com 46 votos em Marromeu
Frelimo: 8 395 votos
RENAMO: 8 349 votos
MDM: 1 594 votos
A CNE anulou resultados de uma mesa, cujos resultados estavam acima de 800, o mínimo possível numa mesas.
Borges Nhamirre
23 de Novembro às 23:26 ·
Resposta à situação de Marromeu é determinante para Outubro de 2019
Como era previsível, a legitimação da fraude nos municípios de Monapo, Matola, Moatize e Alto Molócue, primeiro pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) e depois pelo Conselho Constitucional (CC) foi encarado como licença para cometer fraude no seio da Frelimo. Jaime Neto, nomeado recentemente primeiro-secretário provincial da Frelimo em Sofala, fez declaração à Imprensa na manhã de hoje a celebrar a vitória do seu partido. Elogiou o ”trabalho árduo” dos membros da Frelimo, sem nunca condenar a má conduta dos agentes eleitorais.
Para ser eleito primeiro-secretário provincial é preciso ter aprovação do presidente do partido, Filipe Nyusi. Assim, as declarações de Jaime Neto hoje serão vistas como aprovação, pela liderança do partido, do que aconteceu em Marromeu.
Ontem à noite, e em 5 outros municípios a 10 de Outubro, os membros da Frelimo nas Comissões Distritais de Eleições (CDE) excluíram membros da oposição do processo de apuramento intermédio e forjaram resultados totalmente falsos, sem nenhuma correspondência com os que foram obtidos nas mesas.
Em alguns casos, boletins de voto foram removidos de postos de votação ou armazéns do STAE com ajuda de agentes da Polícia, que provaram ser partidários da Frelimo em muitas cidades. Isto é fraude ao mais alto nível, como nunca fora visto antes. Até aqui, a fraude acontecia ao nível das mesas de voto, através de enchimento de urnas e de invalidação de votos da oposição. Este ano, os casos mais visíveis de fraude aconteceram ao nível das CDE e de Comissões Eleitorais da Cidade (CEC). Foi assim em Tete, Matola, Moatize, Marromeu (duas vezes), Alto Molócuè, Monapo. E não houve sanção para os infractores, com excepção de Tete, onde o Conselho Constitucional ordenou a devolução de mais de 800 votos da Renamo que haviam sido extraviados pela CEC local.
As situações de Marromeu e e Gurué em 2013 eram, teste à uma nova forma de fazer fraude. A Frelimo roubou votos em Marromeu para ganhar a eleição em 2013 e nada sucedeu. Entretanto, em Gurué, o CC anulou os resultados que conferiam vitória à Frelimo, obtidos por envolvimento ilegal dos membros da CDE e da Comissão Provincial de Eleições (CPE) da Zambézia. Uma nova eleição foi forçada. Isto marcou a linha do que era admissível como fraude nas eleições do ano subsequente, 2014.
Este ano foi permitida fraude a nível do que tinha acontecido e não fora permitido em Gurué, em 2013. O Conselho Constitucional, que tem amplos poderes e tinha investigado detalhadamente o caso de Gurué em 2013, desta vez escolheu não se mover, legitimando casos flagrantes de fraude, em municípios onde até a contagem provisória da própria CNE provou que as comissões distritais estavam a falsificar resultados.
O Conselho Constitucional chegou ao ponto de decidir que os partidos da oposição não podem reclamar quando são ilegalmente excluídos do processo de apuramento intermediário nas CDE e CEC, justificando que a participação dos delegados de candidatura nestes processos é facultativa. E Jaime Neto e outras figuras seniores da Frelimo tomaram isto como prática recomendável.
Parece que o padrão de fraude já está estabelecido. No próximo ano, as eleições presidenciais, legislativas e das Assembleias provinciais podem ser “ganhas” com a simples falsificação de editais nas comissões distritais de eleições.
Eleições livres, transparentes e justas no próximo ano, estão dependentes de como a CNE e o Conselho Constitucional irão reagir ao caso de Marromeu agora. Mais importante, é como a sociedade civil moçambicana e a comunidade internacional decidirão reagir.
A Frelimo aposta que a Sociedade Civil manter-se-á passiva. E aposta ainda mais que a comunidade internacional está pouco preocupada com questões de governação, dívidas ocultas, eleições. Está apenas interessada nos investimentos de gás e dos recursos minerais pelas empresas dos respectivos países – e assim estará feliz em continuar a negociar com Filipe Nyusi após 2019, pelo que não fará nenhuma questão sobre a flagrante fraude nestas eleições.
Estará a Frelimo certa das suas apostas? jh & bn
Foto: um dos editais falsos de Marromeu
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NicriSs Manejo Jr. Tomemos notaGerir
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Mendes Mutenda
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Agostinho Albano Da Silva A Frelimo cada vez mais aperfeiçoando a máquina. Em Outubro irão nos brindar com mais criativa tática, está tudo como eles querem, não tens opção.
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Maximo Bonifacio Bonifacio Em termos de sociedade civilizada, estamos a ir de mal a pior.
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Almeida Oliveira ...por isso, ainda que se silenciem as armas, a guerra não vai parar!
Manuel Vulula E agora, como ficamos?Gerir
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Naine Mondlane País Em Coma!Gerir
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Arsenio Massango o que custa fazer a recontagem dos votos? O cenceito da democracia está longe de ser percebido na pérola do Atum
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Júlio Massango Recontagem?
Para você descobrir a roubalheira?
Não e não e se discutir blindado está aí.Gerir
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Arsenio Massango Se fala
Há balaGerir
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Domus Oikos Estes gajos não tem vergonha.
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Júlio Massango Quando o roubo é assumido como cultura a vergonha deixa de existir.Gerir
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Simões António José O meu país está de cueca, juro. Isso é demais.Gerir
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Mário Mabjaia Kkkkkk, esses gajos da Frelimo são mesmo perigosos.
Que nívelGerir
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Francisco Chigogoro BandidosGerir
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Salvado Novela A manifestação dos verdadeiros bandidos "armados" em Maromeu... Não é possível a anulação de 800 eleitores em uma mesa de voto, tendo em conta que os 800 correspondem ao número total de votantes numa mesa ou assembleia de voto. A gato aí.Gerir
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Jemusse Abel eu acabo duvidando da humanidade deles.. honestamente falando.Gerir
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Borges Nhamirre
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Boicote...
Os da RENAMO nem apareceram. Na mesa do presidium só estão o presidente da CNE, Abdul Carimo, o vice-presidente proveniente da Frelimo, António Chipanga, o director geral do STAE, Felisberto Naife e a representante do Governo na CNE.
Está visível a cadeira vazia reservada ao vice presidente da CNE proveniente da RENAMO.
A RENAMO boicotou o circo.
Apuramento geral dos resultados da segunda votação de Marromeu...
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Mukatikale Luciano Chega ser batotado no surfragio eleitoral.Gerir
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Sergio Baloi Sergio seria uma palhaçada estar nesta comitiva de mega fraude.. estando neste mesa a Renamos estaria aceitar a fraude.Gerir
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Borges Nhamirre
27 de Novembro às 19:59 ·
O copo transbordou na CNE
Vogais da Renamo e do MDM abandonam sessão de apuramento geral depois que os da Frelimo chumbaram a proposta de recontagem de votos de apuramento intermédio de Marromeu.
Desde ontem que a CNE estava reunida para apuramento geral e depois de constatar que há editais com mais votos do que eleitores inscritos nas mesas, o Sheik Abdul Carimo Nordine Sau propôs a recontagem de votos.
Os vogais da Frelimo rejeitaram, votando contra. Eles são a maioria absoluta. Os da Renamo e MDM saíram da sala de sessões.
É um facto inédito que nunca antes acontecera.
Parece que a fraude de Marromeu fez transbordar o copo.
Lei aqui sobre a escandalosa fraude na segunda votação em Marromeu:
http://bit.ly/ElAu80
E aqui a minha opinião sobre o mesmo assunto em entrevista a DW: https://www.dw.com/…/cip-alerta-para-sofistica%C…/a-46460931
Duas perguntas:
1. Vale a pena continurmos a organizar eleições em Moçambique?
2. Ainda está em curso a negociação da Paz em Moçambique?
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Sic Spirou Fosse na Matola....maa já nada me espanta! Ou os partidos aceitam de vez que estes órgãos eleitorais sejam supra partidos, ou nem vale a pena gastar saliva e tinta. Que se batam!!
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Borges Nhamirre Existe algo supra partidário em Moçambique? Mesmo o Estado o é?
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Sic Spirou Pois!! Logo eu já nem me bato com estes assuntos.
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Euclides Flavio Pela curta experiência que carrego sobre processos eleitorais em Moçambique, sou de opinião que devemos parar com eleições, até roçarmos a civilização, ou seja, até que se reuna condições morais e jurídicais para tal. Enquanto a CNE através das CDE, e a polícia não forem imparciais, não podemos realizar eleições. Defendo que não podemos investir milhões e milhões, para legitimar processos duvidosos e que colocam em causa a nossa estabilidade política (paz).
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