"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



terça-feira, 19 de agosto de 2014

Namialo: As Novas Tecnologias Aplicadas à Produção de Frutas

(2014-08-18) O Centro de Formação em Frutas (CFF) está a desenvolver programas de formação baseados nas novas tecnologias com o objectivo de melhorar os níveis de produção, gestão e processamento das colheitas.

Sedeado na vila de Namialo, distrito de Meconta, em Nampula, o CFF está a operar mudanças na abordagem da fruticultura por parte das empresas agrícolas e dos produtores emergentes de frutas no país.

Nessa perspectiva, segundo dados apurados pela nossa Reportagem, foram investidos cerca de 39 milhões de dólares norte-americanos para instalação daquela instituição de formação, que já treinou mais de mil beneficiários, nomeadamente técnicos agrários afectos às empresas agrícolas das províncias do Norte e Centro do país.

Também beneficiaram de formação alguns produtores emergentes que apostam na produção de fruta como actividade principal, além de docentes e alunos de alguns estabelecimentos de ensino baseados no distrito de Meconta.

O desembolso daquele montante baseou-se no acordo rubricado há cerca de dois anos entre o Governo e o Banco Mundial visando o desenvolvimento de infra-estruturas para o funcionamento do CFF, reabilitação de residências para técnicos especialistas em fruta, aquisição de equipamentos laboratoriais para viabilização de pesquisas, meios circulantes, entre outras benfeitorias.

Hussene Bay, director-adjunto do CFF, disse que a sua instituição tem uma parceria estratégica neste projecto com o Instituto de Investigação Agronómica de Moçambique - IIAM, e está presentemente focado em cinco espécies de frutas, nomeadamente banana, abacaxi, manga, papaia e citrinos como laranja, tangerina e toranja.

O entrevistado precisou que a cultura da banana é, neste momento, a que tem despertando maior atenção por parte dos formandos, nomeadamente no que diz respeito às técnicas de produção com obediência aos padrões que concorrem para a qualidade da produção visando conquistar o mercado que nos últimos tempos tem sido muito exigente.

“A comercialização da banana tem garantido aos produtores desta cultura receitas superiores quando comparadas à venda de castanha de caju. O sucesso tem explicação pelo facto de o cajueiro ter uma colheita por ano, enquanto a bananeira, depois de quatro meses de crescimento, produzir de forma imparável o resto do ano”, explicou Hussene Bay.

O Centro de Formação em Frutas projecta introduzir mais fruteiras no ciclo de acções de formação aos produtores a vários níveis. É que além das vantagens que o consumo de frutas tem, como influência na Saúde humana, o cultivo de fruteiras tem um impacto comercial muito forte, segundo a nossa fonte.

Para o sucesso das acções planificadas o CFF de Namialo estará sempre focado no treinamento das empresas e produtores emergentes de frutas em matérias relacionadas com a cadeia produtiva, nomeadamente a organização, processamento industrial e procedimentos para conservação, ligação com mercados e exportação.

Segundo Hussene Bay, as acções de formação oferecidas pela sua instituição, que conta nos seus quadros com especialistas nacionais e estrangeiros, são pagas pelas instituições interessadas. O objectivo é garantir que o seu funcionamento não dependa de fundos públicos.

O entrevistado disse não ter dúvidas de que o Governo vai vencer a sua aposta de colocar o nosso país no patamar dos maiores produtores de frutas com alto valor comercial, o que vai contribuir para a melhoria dos níveis de captação de renda para os produtores e da condição de saúde das populações.

Cerca de 90 por cento da produção nacional de frutas destina-se ao consumo local, sendo que o remanescente é repartido em duas partes iguais que têm como destino a exportação e o uso como matéria-prima para a indústria de produtos baseados em frutas.

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