"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Hospital de Pemba Proíbe a Entrada de Pessoas de Burka

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clubofmozambique (2014-08-18) A direcção do Hospital Provincial de Pemba (HPP), a maior unidade hospitalar de Cabo Delgado, decidiu há dias proibir a entrada nas suas instalações de pessoas usando burka. A medida surge na sequência do roubo recente de uma recém-nascida por uma cidadã que se introduziu na enfermaria da maternidade envergando aquele traje feminino muçulmano para não ser reconhecida.

De acordo com o director clínico do Hospital Provincial de Pemba, Armando Meque, todas as pessoas que por força da religião usam aquele tipo de traje que cobre todo o rosto, ao quererem entrar nas instalações daquela unidade sanitária, deverão destapar a cara à entrada do hospital em frente dos elementos da segurança para permitir que os seus rostos sejam vistos.

“Nós tomámos esta decisão sim, porque não podemos permitir que uma situação como a que registámos recentemente se repita. Entendemos que as pessoas usam aquele traje por força da religião. Pedimos que compreendam a nossa preocupação. O roubo da recém-nascida preocupou-nos muito e como medida cautelar para evitar que aquele fenómeno se repita endurecemos as medidas de segurança”, explicou Meque.

Recorde-se que há duas semanas uma mulher de 25 anos de idade usando burka introduziu-se na maternidade daquela unidade hospitalar e roubou um bebé do sexo feminino de apenas 24 horas de vida. Para lograr os seus intentos, a referida cidadã fez-se passar por uma pessoa de boa-fé, ao ter sugerido à mãe da menor para ir tomar banho que ele ficaria a cuidar da recém-nascida. Depois da parturiente se ausentar para os lavabos, ela desapareceu com a criança sem deixar rastos.

Depois do sucedido, a Polícia da República de Moçambique foi chamada a fazer buscas em quase todos os bairros da cidade de Pemba, que culminaram com a sua neutralização 24 horas depois algures em Cariacó, concretamente na subunidade de Noviane, quando a mesma se preparava para se deslocar à cidade de Nacala, na vizinha província de Nampula.

Já a contas com a corporação, a autora confessou que de facto para lograr os seus intentos simulou ser muçulmana usando burka, entrou na maternidade e fez-se passar por uma pessoa de boa-fé sugerindo à mãe da recém-nascida que fosse tomar banho. Afirmou que agiu daquela forma para conseguir ser mãe, porque o único filho que teve na vida faleceu ainda criança.

“Roubei, sim, eu queria fazer a criança de minha filha, por isso resolvi usar burka para não ser facilmente descoberta porque a minha cara estava completamente coberta de pano preto. Tive o azar de ser descoberta hoje pelos vizinhos que denunciaram à Polícia, mas mesmo que a Polícia não tivesse vindo buscar o bebé, tinha decidido devolvê-lo porque o meu marido não gostou da ideia. Quando a Polícia chegou estava a me preparar para levar a menor para a sua mãe biológica” – declarou na ocasião a referida mulher.

Armando Meque disse que a direcção do hospital pretende evitar que situações do género voltem acontecer. “Entendo que as pessoas usam aquele traje em respeito à religião mas o que pedimos é que aqui no recinto hospitalar destapem a cara para vermos com quem estamos a lidar. Depois de saírem do hospital podem voltar a tapar o rosto”, realçou o director clínico do hospital provincial de Pemba.

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