2014-08-15) Afonso Dhlakama declarou ao semanário Savana que encontrar-se com Guebuza antes da assinatura da Declaração de Cessar-Fogo não vai haver. “Agora já não me podem prender, mas posso ser abatido”, justifica-se o líder da Renamo que acrescentou: “Em meu nome assina o Macuiane”.
Citado pelo Savana, Dhlakama terá afirmado que está fora de questão a sua saída de "parte incerta" para a assinatura da Declaração de Cessar-Fogo. Pelo contrário, parece ser seu entendimento que a ordem dos factores é precisamente a oposta, sendo que a assinatura do Cessar-Fogo é que constitui condição para poder estar em “Nampula, Chimoio, Beira, ou mesmo em Maputo”.
“Eu sei que as pessoas querem ver o aperto de mão, mas por razões de segurança, não posso ir assinar a declaração. Agora já não me podem prender mas posso ser abatido, como acontece em todo o mundo. Eu não tenho medo, mas o meu partido está a aconselhar-me que é assim que devo proceder”, afirmou Dhlakama, segundo a mesma fonte.
O candidato pela Renamo às presidenciais de Outubro próximo declarou-se ainda “satisfeito, não como líder da Renamo, mas como cidadão” pelos resultados obtidos nas negociações entre Governo e Renamo, durante os meses que durou o conflito armado.
“Demos passos na construção de um Republica verdadeira", considerou. "Com instituições do Estado e não misturadas com assuntos partidários. Conseguimos que eles aceitassem uma nova política de Defesa e Segurança, em que as Forças Armadas Republicanas não pertencem ao Partido frelimo como se fossem uma monarquia. Ficou claro que nenhum partido deve usar as Forças Armadas para os seus fins, que as FA devem fidelidade à Lei e à Constituição, o Presidente da Republica deve solicitar autorização ao Parlamento para a utilização ad FA em acções de guerra. E essa redacção será transformada em Lei”.
O semanário Savana publica na mesma edição desta sexta-feira alguns excertos dos três docuemntos já assinados entre as partes: Memorando de Entendimento, Mecanismos de Grantia e Termos de Refrência da Equipa Militar de Observação da Cessação das Hostilidades Militares. Os documentos não foram ainda divulgados oficialmente por qualquer das partes.
A polémica sobre quem assina o quê veio atrasar a solução do conflito, com o governo a insitir num encontro de Afonso Dhlakama com o Presidente.
"O ponto é trazer para a capital da Republica o senhor Afonso dhlakama para rubricar lado a lado, com o Presidnete Armando Guebuza. Queremos continuar a trabalhar para que isso possa acontecer em condições de ordem pública, em geral, e segurança pessoal do líder da Renamo (...)", afirmou o chefe das negociações pelo lado do Governo e Ministro da Agricultura, José Pacheco.
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