Governo movimenta equipamento militar de Maputo para as províncias
Quinta, 17 Novembro 2011 04:33
Maputo (Canalmoz) – O Governo tem estado a movimentar armamento da capital do País, Maputo, para outras províncias. Quantidades não especificadas de armas e outros equipamentos militares foram transportados na última terça-feira de Maputo para pontos desconhecidos a note de Maputo.
Na última terça-feira, a caminho distrito de Magude, a reportagem do Canalmoz, deparou-se ao longo da estrada nacional numero 1, concretamente no cruzamento de Xinavane, com seis camiões militares, alguns com chapas de matricula e outros sem matrículas, carregados de enormes quantidades de material militar.
Cada camião militar com quase uma capacidade de 5 toneladas, transportavam entre dois a 3 militares na cabine. As viaturas militares eram conduzidas por soldados das Forças Armadas da Defesa de Moçambique (FADM). Eram da marca JAC, de fabrico chinês.
Com receio de que uma revolta popular possa eclodir no Pais, devido ao descontentamento generalizado que já ninguém esconde, o Governo tem vindo a importar armamento da República Popular da China, um pais que ficou mundialmente marcado pelo massacre de Tianeman e continua a ser dirigido por um regime intolerante e altamente repreensivo, apesar do seu performance económico.
Para alem importar armamento daquele pais asiático, o executivo tem contratado alguns técnicos militares chineses para assessoram e treinarem as forças armadas e a polícia.
Nos últimos dias, o Governo está a promover uma campanha visando desencorajar as populações a não aderirem a manifestações. Para tal tem vindo a usar os chefes de quarteirões e outras estruturas a diversos níveis da cidade e província de Maputo. O grande receio está numa revolta da população na Cidade de Maputo e perfiferia.
Ainda esta semana, a governadora da província de Maputo, Maria Jonas, fez um apelo às populações de Mothasse e Matsandzane para que não liguem ao que ela apelidou de “saudosistas da guerra” que segundo ela “andam a agitar as pessoas”. “Queremos a Paz” disse a governadora Maria Jonas, confirmando dessa forma os receios do Governo.
O governo tem estado a ser ameaçado pelos desmobilizados filiados no Fórum dos Desmobilizados dirigido por Hermínio dos Santos, que congrega ex-militares provenientes das fileiras do antigo exército FAM-FPLM e da Renamo, ex-milicianos, ex-grupos de vigilância, ex-Naparamas, bem como até viúvas e órfãos daqueles que lutaram durante o conflito armado que dilacerou o tecido social do país numa sangrenta Guerra Civil.
Este grupo de ex-combatentes tem um amplo apoio popular pelo que se receia que possam eclodir actos de violência no País, particularmente em Maputo.
Para além dos desmobilizados de guerra, estão igualmente a ameaçar o governo, o líder da Renamo com os seus homens da força de segurança e muitos outros de que há notícias de se estarem a reorganizar para voltarem ao activo, bem como os ex-regressados na antiga Republica Democrática de Alemanha (RDA), que todas as semanas se têm vindo a manifestar pacificamente em Maputo, mas que ultimamente têm vindo a engrossar as suas fileiras e a protagonizar interrupções prolongadas do tráfego rodoviário em Maputo-Cidade. (Bernardo Alvaro)
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