"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



segunda-feira, 14 de novembro de 2011

“Falta de diálogo inter-religioso pode conduzir à instabilidade”

Severino Ngoenha, filósofo moçambicano
Segundo o filósofo e docente universitário, Severino Ngoenha.
Para acautelar um cenário de conflito em Moçambique, o centro Junod, organismo que se dedica à preservação, pesquisa e ensino, promove, de Novembro a Dezembro, debates inter-religiosos com o objectivo de aferir o papel da religião na promoção da paz e justiça no país.
O filósofo e professor universitário Severino Ngoenha diz que a falta de diálogo inter-religioso pode conduzir a uma instabilidade social e política no país, tal como aconteceu nalguns países da África do norte. O alerta foi lançado na última sexta-feira em entrevista exclusiva ao “O País”.
Alguns dos exemplos dados pelo filósofo moçambicano como conflitos decorrentes do desentendimento de cariz religioso são a divisão do Sudão do norte (Muçulmanos) e sul (Cristãos); a violência inter-religiosa na Nigéria; bem como o incidente que ficou conhecido como 11 de Setembro, que foi a destruição das torres gêmeas do World Trade Center, nos Estados Unidos, o qual conduziu à guerras no Médio Oriente que ceifaram a vida a milhares de pessoas.
Para Ngoenha, Moçambique também corre este risco, uma vez que possui uma variedade de confissões religiosas que, em alguns casos, defendem causas opostas ou contraditórias.
“Hoje em dia, as religiões vieram mais agressivas e com um outro ímpeto: o religiosismo, por vezes extremista, está a levar a que as igrejas lutem por uma visibilidade e acabam ocupando espaços públicos como os cinemas, as lojas, armazéns, televisão, etc. Aliás, temos no norte do país pessoas da religião muçulmana que estão a ser formadas no Paquistão, com uma base de religião não tolerante e, por isso, um dia podemos acordar com um conflito causado pelas religiões”, explicou Ngoenha.
Como solucionar o perigo
De acordo com Ngoenha, para acautelar um cenário de conflito em Moçambique, o centro Junod, um organismo que se dedica à preservação, pesquisa e ensino, vai promover, de Novembro a Dezembro deste ano, uma série de debates inter-religiosos com o objectivo de aferir o papel da religião na promoção da paz e justiça no país.

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