Por Alexandre Chivale
Noto com alguma inquietação o avolumar de vozes, sobretudo dentro do
Partido, socorrendo-se no TRIBALISMO para justificar a nossa derrota na
pretérita eleição intercalar.
Esse exercício não só é perigoso como também e sobretudo pernicioso nos
esforços para inverter o cenário.
Convocar a tese do tribalismo é
um estratagema de auto-consolação, como o é dizer que a Frelimo não perdeu as
eleições, mas tão somente as não ganhou, pois já estava na oposição em 2013. O
pior é que a Renamo também estava na oposição e nem concorreu quando a Frelimo
virou oposição. Ora, num jogo há 3 resultados possíveis: vitória, empate ou
derrota. Tirando o caso do empate, verificando-se vitória (ou derrota) para um
dos contendores, ao outro, necessariamente, se verifica derrota (ou vitória).
Não há como um ganhar e o outro dizer que não perdeu!
No que se refere ao tribalismo
como causa justificativa da derrota, vale recordar que sendo Nampula uma cidade
cosmopolita (também como resultado da emergência de várias instituições de
ensino superior e de outros tantos projectos empresariais, de 2005 a 2014), os
votos que deram vitória Paulo Vahanle tanto
podem ser de um makonde, changana, chuabo, lomwé, mwani, bitonga, matswa,
ndau...etc. Aliás, há macuas que garantiram vitória noutros municípios e que a
ser válida a tese do tribalismo só por mecanismos metafísicos podemos explicar
isso.
Fazer um enquadramento
hermeneutico tão reducionista como esse é adiar a resolução de um problema e
convocar outros. Espero que daqui a 6 meses não se diga que perdemos Chókwé ou
Mocímboa porque os machanganas e mwanis são tribalistas.
Apreciando o cenário nas
calmas
Alexandre Chivale
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