"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



domingo, 15 de janeiro de 2012

Prospecção de Hidrocarbonetos: Eliseu Machava nega distracção do governo

15 de Janeiro de 2012, 09:35

O governador de Cabo Delgado, Eliseu Machava, negou que o governo esteja distraído em relação ao futuro que espera os moçambicanos, em face do evoluir das prospecções de hidrocarbonetos, na bacia do Rovuma, onde há sinais evidentes da descoberta de pelo menos gás natural, em quantidades consideradas maiores à escala planetária.
Machava respondia a uma pergunta do nosso Jornal sobre o papel dos moçambicanos em todo o processo, incluindo o impacto local resultante do facto de, no seu território, estar a serem encontradas grandes quantidades de hidrocarbonetos, e se os nacionais estavam em altura de participarem, com competência, nas fases seguintes, nomeadamente, de exploração dos recursos naturais existentes, não só na bacia do Rovuma, como noutros pontos de Cabo Delgado.
“O governo provincial já tem uma comissão de seus membros que está a seguir os passos que se estão a dar no processo de prospecção e pesquisa de hidrocarbonetos e outros projectos de grande impacto socioeconómico”, disse o governante. Eliseu Machava disse ainda que o seu executivo estava atento aos projectos de âmbito social e à mais-valia que dai pode resultar, que se acha necessária para que as empresas envolvidas não sejam totalmente estranhas às comunidades locais.
“Mas atenção, a nossa prioridade é a produção de comida, não nos devemos, ai sim, distrair com os hidrocarbonetos”, anotou o governador.
Para aquele dirigente, a referida comissão, constituída pelos pelouros ligados ao Turismo, Recursos Minerais, Agricultura, Meio Ambiente e outros sectores de algum modo ligados às actividades em curso, tem a missão de, em cada etapa, não só perceber o que se está a passar no terreno, como ir negociando com as empresas envolvidas a servirem-se de produtos produzidos localmente, visando estimular os operadores locais daquelas áreas.
“Por outro lado, há que dizer que só a Anadarko e as suas associadas, emprega 400 moçambicanos, sem falarmos da Rovuma Resources e também da Jacaranda, empresa que produz banana, em grande escala, em Chiúre”, disse Eliseu Machava.
Na mesma semana, um semanário local levantou um debate à volta da (des) preparação dos moçambicanos, particularmente em Cabo Delgado, para abraçar o “boom” que advêm da descoberta de hidrocarbonetos no seu território. Os entrevistados pelo semanário criticavam aquilo que consideram apatia do governo, assim como a inflexibilidade das instituições académicas que não se estão a antecipar, criando cursos ligados à exploração daqueles recursos minerais.

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