População contesta qualidade das casas oferecidas pela Vale em Tete
População diz-se enganada pela Vale.
Até ao fecho desta edição, havia registo de um ferido ligeiro e 14 detidos, considerados como principais cabecilhas da manifestação popular. A situação parecia estar calma, mas a linha-férrea continuava bloqueada por troncos e outros objectos obstrutores.
A manifestação protagonizada por cerca de 500 famílias reassentadas no bairro Cateme, em Tete, pela multinacional brasileira Vale, resultou num ferido ligeiro e mais de 14 detidos. As 500 famílias iniciaram, na madrugada de terça-feira, uma manifestação contra a Vale, alegadamente porque a mesma não estava a cumprir com as promessas de melhorar as suas condições de vida, feitas durante o processo da retirada das populações das suas terras que hoje fazem parte do perímetro do projecto de extracção de carvão da Vale, para cerca de 40 quilómetros, mais concretamente para o bairro Cateme. Para dispersar a população furiosa, o governo mobilizou elementos da Força de Intervenção Rápida. Até ao fecho desta edição, a situação estava relativamente calma. Contudo, a linha-férrea continuava bloqueada por troncos e outros objectos obstrutores da via, sendo, por isso, impossível a circulação do comboio de Moatize ao porto da Beira.
As razões do protesto
Os manifestantes dizem-se enganados pela Vale, uma vez que a multinacional brasileira terá prometido melhorar as suas condições de vida, facto que, segundo afirmam, até ao momento ainda não aconteceu. A população diz que foi reassentada a mais de 40 quilómetros da cidade de Tete, foi despojada de terras e ganhou casas que, com o tempo, se têm revelado de péssima qualidade.
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