CAMIÕES de grande tonelagem transportando umbila e pau-ferro, duas espécies de madeira protegidas por lei, são vistos todos os dias a sair da Reserva Nacional de Gilé, na província da Zambézia, para vários pontos do país, uma situação que ocorre depois de o Governo ter decretado uma moratória na exploração florestal.
A nossa Reportagem, que esteve recentemente na área da Reserva de Gilé, viu mais de 12 camiões transportando madeira recentemente cortada e os fiscais florestais colocados nos postos de fiscalização aparentemente nada fazem para impedir a saída daquele recurso florestal depois de o executivo anunciar a interdição do corte da madeira a partir de 1 de Janeiro último.
Da sexta-feira a domingo últimos, a nossa Reportagem escalou sucessivamente os distritos da Maganja da Costa e Pebane, onde testemunhou que as medidas tornadas públicas pelo Governo caíram em “saco roto” e o negócio de madeira está imparável.
As autoridades comunitárias e alguns funcionários públicos afectos aos dois distritos disseram que não se trata de operadores florestais ilegais.
“Os equipamentos dos furtivos e ilegais já foram apreendidos na reserva e esses carros têm gente por detrás”, disse Carlos Soverando, um trabalhador de uma serração no distrito da Maganja da Costa.
Na região está a chover e as estradas apresentam vários cortes ou desvios. Os camiões transportando madeira ficam atolados e interrompem o trânsito rodoviário por longas horas ou durante todo o dia.
Por exemplo, no troço Maganja da Costa-sede-Mocubela três camiões ficaram completamente com os pneus enterrados, enquanto no troço Nabur-Magica-Maganja da Costa-Mugeba cinco camiões estavam na mesma situação com madeira em toro ainda a deitar seiva.
A nossa Reportagem viu igualmente no domingo, por volta das 16.00 horas, 11 camiões a entrarem na Reserva Nacional de Gilé. Para além das medidas tomadas pelo executivo, a Rede de Organizações Não-Governamentais para o Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (RADEZA) realizou no início deste ano uma reunião na qual alguns líderes locais acusaram alguns dirigentes governamentais de serem os promotores do corte ilegal de madeira.
NOTÍCIAS – 05.02.2016
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