PRM não consegue notificar testemunhas de atentado a dirigente da Renamo
A polícia moçambicana está a enfrentar dificuldades para notificar as testemunhas do atentado ao secretário-geral da Renamo, Manuel Bissopo, baleado por desconhecidos há três semanas na Beira, Sofala, centro do país, disse fonte da corporação.
Em declarações na segunda-feira e a que a Lusa teve hoje acesso, Sididi Paulo, oficial de imprensa no comando da polícia de Sofala, disse que as testemunhas que seguiam na viatura conduzida pelo secretário-geral da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana, maior partido de oposição) não respondem às notificações para depor na polícia, situação que tem atrasado o esclarecimento do caso.
"Já notificámos as pessoas que naquele dia estavam com Manuel Bissopo na viatura, para prestarem depoimentos sobre o ataque. Contudo, não estão a comparecer para ajudarem no esclarecimento do caso" afirmou Sididi Paulo, no balanço semanal das actividades da polícia em Sofala.
Sididi Paulo disse, por outro lado, que as investigações para o esclarecimento do caso não estão reféns das testemunhas, embora a sua ausência seja um constrangimento, estando a polícia em posse de elementos recolhidos no local do crime.
"Queremos apelar para a consciência destes cidadãos [membros da Renamo] para que venham a polícia para que possam dar os seus depoimentos visando o rápido esclarecimento do caso", afirmou Sididi Paulo, estendendo o pedido a todos que sejam partes interessadas no caso a colaborarem.
A polícia continua ainda sem pistas dos atiradores que dispararam sobre Bissopo e mataram o seu guarda-costas no local, disse o oficial de imprensa.
Manuel Bissopo foi atingido no bairro da Ponta Gea, centro da Beira, no dia 20 de Janeiro, após uma conferência de imprensa para denunciar alegados raptos e assassínios de quadros da Renamo.
Segundo jornalistas locais ouvidos pela Lusa, os atiradores, que se faziam transportar em duas viaturas, bloquearam o carro em que seguia Bissopo e abriram fogo.
O guarda-costas do secretário-geral morreu no local, tendo outros dois ocupantes da viatura sofrido ferimentos ligeiros.
O número dois da Renamo foi transferido para cuidados médicos de Moçambique para África do Sul a 21 de janeiro e encontra-se fora de perigo.
O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, responsabilizou a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) pelo baleamento de Manuel Bissopo, acusando a força política no poder de fomentar "terrorismo de estado" através das forças de defesa e segurança.
Moçambique vive uma situação de incerteza política há vários meses e o líder da Renamo ameaça tomar o poder, a partir de Março, em seis províncias do norte e centro do país, onde o movimento reivindica vitória nas eleições gerais de 2014.
AYAC // PMC
Lusa – 09.02.2016
NOTA: As principais testemunhas são as pessoas que estavam na rua. As duas pessoas que a PRM parece considerar importantes nada viram, pois além de irem no banco de trás, mal ouviram os tiros fugiram sem se preocuparem com o que se passava. Não terão nada mais por os ouvirem ou não, julgamos nós.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
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