"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



terça-feira, 23 de abril de 2013

Terça, 23 Abril 2013 00:00 Redacção
A renda da família, resultante de pequenos negócios de revenda de fruta, é de 400 meticais, distribuída entre o aluguer da casa, alimentação, educação e saúde.
Aos 19 anos, o moçambicano Samito Jorge vive “pobre e humilhado”, ainda a sofrer as consequências da decepagem dos seus órgãos genitais, quando tinha nove anos, depois de ter sido expulso de casa pelo pai.
“O meu pai ‘girou-me’ de casa, depois de ter ‘girado’ a minha mãe. Eu saí no início de 2011 para viver com a minha mãe, porque ele ameaçava queimar ou destruir a casa. Vivemos à rasca, sem nenhuma ajuda”, disse Samito Jorge à Lusa.
A renda da família, resultante de pequenos negócios de revenda de fruta, é de 400 meticais, distribuída entre o aluguer da casa, alimentação, educação e saúde.
Muitas vezes, conta, passaram dias a fio “sem ter nada que comer”. “Não há organizações que me ajudem, na situação em que me encontro”, disse Samito Jorge, que ficou órfão de mãe na semana passada. Vítima do tráfico de órgãos humanos em Chimoio, Manica, centro de Moçambique, Samito Jorge caiu numa armadilha que lhe custou a extracção do pénis e testículos, quando, em outubro de 2003, foi aliciado e raptado por dois homens no antigo mercado “37mm” para um emprego “chorudo”.
Em 2005, com o apoio da Amnistia Internacional e da Liga dos Direitos Humanos de Moçambique, Samito viajou para Portugal, para uma intervenção cirúrgica de reparação dos seus órgãos, no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa

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