FAMÍLIAS REASSENTADAS PELA VALE AMEAÇAM ENDURECER SUA REVOLTA
Maputo, 23 Abr (AIM) – As famílias afectadas reassentadas pela Vale em Cateme, no distrito de Moatize, na província central de Tete, queixam-se de intimidação, durante o processo de negociação, ora em curso, para resolver o diferendo
que opõe aquelas famílias reassentada e aquela mineradora brasileira.
Em comunicado recebido pela AIM, a Acção Académica para o Desenvolvimento das Comunidades Rurais (ADECRU) refere-se a denúncias de tentativas de manipulação, ameaças e intimidação sofridas pelos representantes das 1365 famílias nas negociações pelo que as populações ameaçam endurecer a revolta.
A fonte cita os representantes das famílias a revelarem que, durante o encontro realizado no dia 19 de Abril corrente, a retórica e o discurso dominante dos representantes da Vale e da polícia concentraram-se na repreensão e culpabilização das famílias, supostamente pelos avultados prejuízos averbados por esta empresa durante a paralisação das suas actividades.
Informações postas na imprensa brasileira e citadas pelo jornal “O Pais” referem que a revolta de famílias afectadas não se regista somente em Moçambique pois, o passeio em frente da sede da Vale, no centro do Rio de Janeiro, foi ocupada, quarta-feira última, por integrantes de várias organizações internacionais da sociedade civil.
O protesto foi organizado pela Articulação Internacional de Atingidos pela Vale e contou com a presença de representantes de organizações de países onde a empresa está presente, como Colômbia, Moçambique e Canadá, e de moradores de comunidades impactadas pela actuação da Vale no Brasil. Eles exigem reparações financeiras e ambientais.
Referira-se que no dia 19 de Abril, em comunicado de imprensa, a ADECRU havia alertado sobre o risco e a possibilidade dos encontros de negociação se converterem em espaços de manipulação de consciências, aliciamento ou intimidação, facto que se evidenciou nos resultados e na forma como decorreram as negociações.
“Parece que a Policia está para servir a Vale e não o Povo e o Estado moçambicano. Quando reclamamos e manifestamos somos detidos, torturados e mortos. Era melhor que não houvesse essa lei de liberdade de expressão e manifestação para que nós não reivindicássemos nossos direitos”, dizem os insurrectos.
“Nós estamos parados desde 2009 e a Vale está a operar e a produzir, exportando e ganhando lucros altíssimos com a venda do carvão que é feita à nossa custa e sofrimento. Nós temos famílias por alimentar e sustentar. Ao invés de focarem as atenções nas principais questões que nós levantamos, preferiram falar dos impactos e danos dos protestos e não propriamente das nossas preocupações”, acrescentaram.
Para a ADECRU, as graves falhas e os vícios neste processo reflectem a excessiva influência, interferência e poder que a Vale exerce sobre os representantes do governo a todos os níveis facto que revela também a subordinação do interesse público e da soberania nacional, aos interesses privados de uma pequena elite política em conivência com as grandes corporações transnacionais.
A Vale e a segunda maior mineradora do mundo do ramo de exploração de carvão mineral que esta presente em 38 países, incluindo Moçambique.
(AIM)
MAD/SG
Em comunicado recebido pela AIM, a Acção Académica para o Desenvolvimento das Comunidades Rurais (ADECRU) refere-se a denúncias de tentativas de manipulação, ameaças e intimidação sofridas pelos representantes das 1365 famílias nas negociações pelo que as populações ameaçam endurecer a revolta.
A fonte cita os representantes das famílias a revelarem que, durante o encontro realizado no dia 19 de Abril corrente, a retórica e o discurso dominante dos representantes da Vale e da polícia concentraram-se na repreensão e culpabilização das famílias, supostamente pelos avultados prejuízos averbados por esta empresa durante a paralisação das suas actividades.
Informações postas na imprensa brasileira e citadas pelo jornal “O Pais” referem que a revolta de famílias afectadas não se regista somente em Moçambique pois, o passeio em frente da sede da Vale, no centro do Rio de Janeiro, foi ocupada, quarta-feira última, por integrantes de várias organizações internacionais da sociedade civil.
O protesto foi organizado pela Articulação Internacional de Atingidos pela Vale e contou com a presença de representantes de organizações de países onde a empresa está presente, como Colômbia, Moçambique e Canadá, e de moradores de comunidades impactadas pela actuação da Vale no Brasil. Eles exigem reparações financeiras e ambientais.
Referira-se que no dia 19 de Abril, em comunicado de imprensa, a ADECRU havia alertado sobre o risco e a possibilidade dos encontros de negociação se converterem em espaços de manipulação de consciências, aliciamento ou intimidação, facto que se evidenciou nos resultados e na forma como decorreram as negociações.
“Parece que a Policia está para servir a Vale e não o Povo e o Estado moçambicano. Quando reclamamos e manifestamos somos detidos, torturados e mortos. Era melhor que não houvesse essa lei de liberdade de expressão e manifestação para que nós não reivindicássemos nossos direitos”, dizem os insurrectos.
“Nós estamos parados desde 2009 e a Vale está a operar e a produzir, exportando e ganhando lucros altíssimos com a venda do carvão que é feita à nossa custa e sofrimento. Nós temos famílias por alimentar e sustentar. Ao invés de focarem as atenções nas principais questões que nós levantamos, preferiram falar dos impactos e danos dos protestos e não propriamente das nossas preocupações”, acrescentaram.
Para a ADECRU, as graves falhas e os vícios neste processo reflectem a excessiva influência, interferência e poder que a Vale exerce sobre os representantes do governo a todos os níveis facto que revela também a subordinação do interesse público e da soberania nacional, aos interesses privados de uma pequena elite política em conivência com as grandes corporações transnacionais.
A Vale e a segunda maior mineradora do mundo do ramo de exploração de carvão mineral que esta presente em 38 países, incluindo Moçambique.
(AIM)
MAD/SG
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