Proferida por Sua Excia Secretário-geral da Renamo
Dr. Manuel Zeca Bissopo
Maputo, 17 de Setembro de 2015.
Senhores Jornalistas,
Convocamos esta conferência de imprensa para dar a conhecer a todo o povo moçambicano, aos estrangeiros residentes em Moçambique, bem como aos parceiros de cooperação o posicionamento da Renamo face ao atentado protagonizado a mando do Governo da Frelimo, no dia 12 de Setembro de 2015, no distrito de Vanduzi, que visava assassinar Sua Excia Afonso Macacho Marceta Dhlakama, Presidente da Renamo e candidato mais votado nas eleições de 15 de Outubro de 2.014.
A Renamo repudia e condena veementemente o atentado protagonizado às 19horas do referido dia, pelas Forças de Defesa e Segurança na zona de Chibata, a 2Km do cruzamento de Vanduzi, na Província de Manica.
Apuramos que o Comandante do Exército, General Mussa, que se deslocara a Chimoio para participar no dia 12.09.2015 na cerimónia de encerramento do curso básico de treinamento de recrutas, planificou, organizou e mandou executar o plano de assassinato do Presidente da Renamo cumprindo orientações superiores que levava de Maputo.
Para o efeito, um grupo de Policias da República de Moçambique juntou-se a 20 militares alinhados pelo General Mussa. Os 20 militares pertencentes as Forças Armadas de Moçambique todos provenientes do lado das FPLM (braço armado do Partido Frelimo que combatia contra a Renamo durante a Luta pela Democracia) foram comandados pelo Capitão de Artilharia de anti-aérea, Francisco Semo Conde, pertencente ao Batalhão de Chimoio, coadjuvado pelo Sargento Felizardo da especialidade de artilharia anti-aérea, bem como Sargento Ngonhamo do Reconhecimento. Os três oficiais envolveram-se igualmente no combate travado aquando da emboscada e somente eles regressaram ao Quartel com vida, dado que 12 dos restantes militares foram abatidos peios comandos da Renamo afectos a protecção da Comitiva Presidencial, tendo outros 5 contraído ferimentos.
A confirmação da participação da PRM no atentado contra a vida do Presidente da Renamo também foi dada pelo Deputado Saimone Muhambi Macuiana e pelo Membro da Assembleia Provincial de Manica e Delegado Político Distrital da Renamo em Macossa, Ferrão Bongisse, que durante a emboscada estavam na Comitiva Presidencial. Dados os disparos, em busca de protecção, ambos refugiaram-se no Posto de Controle do Cruzamento de Vanduzi onde foram recebidos por dois agentes da policia de transito em serviço, sendo um homem e uma mulher e dois agentes das Alfandegas ambos do sexo masculino. No entanto, os agentes da Policia de Transito procuraram saber o que se passava e eles explicaram que saindo do trabalho parlamentar de fiscalização, juntaram-se à Comitiva do Presidente Dhlakama e caíram numa emboscada tendo abandonado (dados os disparos) no local as suas viaturas com as portas abertas. Estranhamente, enquanto apresentavam esta preocupação aos agentes acima referidos, que estudavam como socorrer ao Deputado e Membro da Assembleia Provincial de Manica, eis que aparece um homem armado com uma AK47, mas à paisana, carregando cartucheiras no peito que ao se aproximar dos agentes que falavam com o Deputado, precipitou-se em esclarecer que era um agente da PRM, e exibiu o seu crachá. O homem que transpirava e se declarou muito cansado disse que tinha imobilizado três viaturas naquela emboscada e pedia um sítio para descansar. E de facto três carros da Comitiva do Presidente Dhlakama foram imobilizados.
Os agentes em referência, embaraçados porque aquele agente estava a falar muito, enquanto ali estavam membros da Renamo, saíram dali com o agente e nunca mais voltaram. Duas horas de tempo depois, o Deputado Macuiana e o Membro da AP de Manica conseguiram uma boleia e rumaram para Chimoio.
Em Manica, não havia naquela ocasião do ataque outro oficial hierarquicamente superior ao General Mussa que depois de frustrada a tentativa de assassinato do Presidente da Renamo seguiu viagem para o Posto de Comando Operacional localizado no Distrito de Gorongosa, em Sofala. Este fora acompanhado pelo a Gorongosa pelo Comandante de Batalhão de Chimoio, Coronel Agostinho Micheque Matusse e outro agente da Brigada de Tete, Coronel Boavida André Meque.
A Renamo acredita que o General Mussa, natural de Nampula, em frente da operação que visava matar o Líder da Renamo tenha recebido ordens directas do Senhor Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da Frelimo e seu superior hierárquico. Acreditamos que o Ministro da Defesa e o Chefe do Estado Maior General sejam coniventes nessa tentativa de assassinato do nosso Presidente. Quem mais poderia dar a voz de comando, autorizando ao assassinato do Presidente Dhlakama para além do próprio auto-entitulado Comandante em Chefe das FADM?
Uma vez que as autoridades têm estado a desmentir a autoria do atentado, exigimos que haja uma investigação séria, imparcial e que haja responsabilização do Chefe de Estado Maior General, Sr Graça Chongo, bem como do Comandante do Exército General Mussa, pois os militares fazem uso abusivo de armas ligeiras e pesadas como RPG7, vulgo Bazookas supostamente sem autorização superior, o que se afigura terrorismo de Estado.
Com todos estes factos arrolados, fica confirmado que o Governo da Frelimo por sentir-se despido de apoio da maioria do povo moçambicano, da sociedade civil moçambicana, bem como dos parceiros que os criticam pela má gestão da coisa pública e por não ter argumentos políticos para debater as diferenças existentes, pauta pelo assassinato do seu maior adversário político. Ao mandar atacar a comitiva do Presidente do Partido Renamo e da maioria do povo moçambicano, General Afonso Macacho Marceta Dhlakama com objectivo de assassiná-lo a Frelimo revela estar desesperada e disposta a matar com o fito de continuar a escravizar as populações que apoiam a Renamo e o seu Presidente.
Perante estas barbaridades que violam os princípios do Estado Democrático consagrados na Constituição da República de Moçambique, a Renamo vem hoje dizer que vai reagir. O povo vai vingar- se para acabar de uma vez para sempre com a escravatura imposta pelo governo da Frelimo.
Uma vez que não é de hoje que a Frelimo promove atentados contra a Renamo e depois nega responsabilidades;
• aconteceu em Agosto de 2004, quando Joaquim Alberto Chissano mandou atacar os
guardas da Renamo na Vila de Inhaminga;
• aconteceu em 8 de Marco de 2012, quando Armando Emílio Guebuza mandou atacar a delegação política da Renamo na Cidade da Nampula, ocupando-a ate hoje;
• aconteceu a 21 de Outubro de 2013, quando Guebuza então Presidente da Republica mandou atacar Sandjunjira, residência de Sua Excia Presidente Dhlakama, acto antecedido de envenenamento da principal fonte de abastecimento da água que também era consumida pelo Presidente Dhlakama; Recorde-se que na altura Filipe Jacinto Nyusi, na altura Ministro da Defesa, precipitou-se ao local para confirmar os estragos protagonizados pelos seus subordinados;
• aconteceu agora como acima relatamos. Numa altura em que Filipe Nyusi responde como Presidente da República, fruto dos votos roubados à Renamo e a Afonso Dhlakama.
Quero reafirmar categoricamente em nome da máquina Administrativa da Renamo que iremos reagir, pois não se pode tolerar este tipo de terrorismo de Estado.
A Renamo vai usar tudo o que estiver ao seu alcance para se vingar desta tentativa directa para assassinar a pessoa mais querida pelos moçambicanos e que dedicou a sua vida para devolver a dignidade ao povo moçambicano. O povo vai reagir para repor a justiça.
Isto não e uma declaração de guerra, mas que fique claro que iremos reagir política e sabiamente.
Obrigado. In https://www.facebook.com/unay.cambuma?fref=ts
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