"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Um inferno chamado Gorongosa

Ataques da Renamo.
Quase todos os dias se travam batalhas, por vezes mortíferas, na Serra da Gorongosa. Os guerrilheiros da Renamo procuram, a todo o custo e todos os dias, cortar a logística para as Forças Armadas de Defesa de Moçambique e Força de Intervenção Rápida, instaladas nas antigas bases da Renamo de Mucodza, Santungira e Vunduzi, ao longo da estrada que sai da Vila Municipal de Gorongosa até ao Posto Administrativo de Vunduzi, bem como em Piro, Canda e Casa Banana. Desde Outubro até agora, já perderam a vida mais de 30 militares em confrontos que feriram muitos mais.
Na sexta-feira, a Renamo protagonizou mais um ataque violento que resultou no ferimento de três militares, com um deles a morrer no fim-de-semana. Na região de Mucodza, no domingo, a Renamo realizou outro ataque e, em resposta, as Forças de Defesa e Segurança (FDS) decidiram contra-atacar, usando armamento pesado e disparando para a Serra da Gorongosa, local onde se supõe que esteja abrigado Afonso Dhlakama, líder da Renamo.
De acordo com a população que continua a viver na região, apesar dos intensos confrontos militares, não há registo de feridos nem de mortos. Até porque, pela disposição da Serra da Gorongosa e do tipo de armamento usado (B11), seria difícil, uma vez que a serra é composta de 17 montanhas, uma floresta densa, riachos e mais de 40 quilómetros de extensão. Por exemplo, pela Estrada Nacional número 1, são necessários mais de 120 quilómetros para descrever toda a Serra.
Fontes militares no terreno disseram que seria preciso usar, no mínimo, 10 aviões de ataque do tipo F16, dois helicópteros de ataque e artilharia pesada com armas do tipo 40 canos para pôr toda a Serra de Gorongosa em chamas. Pelo que os ataques de domingo e segunda-feira foram apenas para repelir os homens da Renamo. Alguns agentes da Força de Intervenção Rápida instalados em Gorongosa disseram, sob anonimato, que já não estão a aguentar o confronto com a guerrilha da Renamo e perguntam “afinal, quando é que isto acaba?”. E dizem que, quase todas as noites, são atacados. “Aqui não se dorme. Eles descem lá da montanha com lanternas chinesas e atacam-nos”, explicaram os agentes.

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