"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



sexta-feira, 29 de novembro de 2013

 Uma vitória manchada de sangue de inocentes
 
Escrito por Redação
Quinta, 28 Novembro 2013 15:14
Qualquer que seja a razão, nada justifica uma guerra, absolutamente nada justifica os horrores que um grupo de indivíduos é capaz de infringir aos outros. Por motivos meramente obscuros, vidas são ceifadas. As últimas eleições municipais puseram a descoberto essa triste realidade. Tratou-se, na verdade, de uma repugnante violação dos direitos humanos perpetrada por um partido que não olhou para os meios para vencer as eleições. Os resultados alcançados pela Frelimo não passam de uma grande mentira. São, na verdade, fruto de um ardiloso esquema, detenções arbitrárias dos delegados de mesa da oposição e do derramamento de sangue de dezenas de cidadãos inocentes.
A vitória da Frelimo é manchada de sangue inocente, para desagrado, dor e até desprezo da população que foi votar e sobretudo dos que, por alguma carga de água, abdicou de exercer o seu direito de voto e dever de cidadania. É, sem dúvida, alarmante o número de abstenções somado aos votos nulos, para vergonha dos vencedores que o são, porque têm como fiéis servidores, na sua mão direita, o STAE e a CNE e, na esquerda, a Polícia e outras instituições do Estado e os seus respectivos vassalos programados para executarem qualquer decisão sem questionar.
Hoje, mais do que nunca, percebem-se os motivos que desencadearam a instabilidade política que se vive no país. Diaboliza-se a Renamo por ter optado pela “guerra” para impedir a institucionalização da ditadura e do monopartidarismo. E “santifica-se” a Frelimo, quando, na verdade, esta mobiliza homens, arma-lhes até aos dentes e torna-lhes perversos para matar sem dó nem piedade cidadãos indefesos. Tudo isso porque a história da luta de libertação de um povo foi transformada na história de um partido. Os dirigentes da Frelimo usam covardemente dessa mesma história para se perpetuarem no poder, marginalizarem os moçambicanos e continuarem a espoliá-los durante tempos sem fim.
É verdade que a Imprensa (oficiosa) também está metida nesta operação. Em conivência com o regime da Frelimo, habilmente lança areia para os olhos do povo com o intuito de domesticá-lo e torná-lo gente sem emoção crítica. A Imprensa oficiosa não só ajudou o regime a encher votos nas urnas e a esconder irregularidades como também apoia no controlo das consciências nas famílias, no interior das escolas e universidades para fabricar homens e mulheres ignorantes, mentalmente estéreis, intelectualmente indefesos e perdidos na alienação. Ninguém questiona a ostentação obscena em que vive um punhado de gente ligada ao partido Frelimo.
Ninguém questiona até quando irá ouvir discursos estupidificantes e sem entranhas de verdade sobre o combate à pobreza absoluta. Ninguém questiona as estranhas reviravoltas na contagem dos votos. Com todos os resultados já divulgados, ninguém se lembrará das promessas feitas na campanha eleitoral, que veio desaguar nas eleições de 20 de Novembro. Promessas essas que não têm nenhuma garantia de virem a ser cumpridas a curto, médio e longo prazo, nem pelos que venceram as eleições passadas e, muito menos, pelos que lhes sucederem no trono.

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