Dhlakama: "Eu preparo homens e, se for preciso, sairemos daqui e destruiremos Moçambique"
13 de Novembro de 2012, 09:56
Afonso Dhlakama, ex-comandante da guerrilha moçambicana, voltou a ameaçar, na passada segunda-feira, retomar a lutar armada para combater o governo da Frelimo, acusando a formação de se apoderar de todas as riquezas do país, numa entrevista exclusiva à AFP.
"Eu preparo homens e, se for preciso, sairemos daqui e destruiremos Moçambique", declarou Afonso Dhlakama, ex-chefe da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), antiga guerrilha.
Dhlakama econtra-se concentrado desde Outubro com algumas centenas de homens perto de Gorongosa. O ex-comandante econtra-se próximo de uma antiga base utilizada pela Renamo durante os 16 anos da guerra civil que assolou o país até 1992 e deixou um milhão de mortos.
Depois de se ter tornado o principal partido da oposição, a Renamo entrou para o Parlamento, mas conta com apenas 51 parlamentares de 250 e tem perdido força.
O ex-guerrilheiro insiste no facto de que após 20 anos de "paciência", a Renamo começa a revoltar-se contra um governo "cleptocrata".
"Nós queremos dizer a Guebuza, você come bem. Nós também queremos comer bem", disse.
Moçambique festejou no dia 4 de Outubro os 20 anos do acordo de Roma que trouxe de volta a paz ao país após a guerra civil que esteve entre as mais brutais do continente.
Mas Dhlakama está revoltado por não ter a suas reivindicações atendidas. O líder da oposição exige uma reforma do sistema eleitoral para evitar fraudes, além de uma distribuição melhor dos royalties do carvão e do gás.
Depois de ter sido um dos países mais pobres do mundo durante a guerra civil, Moçambique, antiga colónia portuguesa, é hoje uma das economias do mundo com maior expansão, graças e principalmente à descoberta de jazidas de carvão e de hidrocarbonetos.
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