Polícia e Renamo acusam-se mutuamente de preparar ataque em Nampula
05 de Abril de 2012, 14:00
Maputo, 05 abr (Lusa) - A polícia moçambicana e Renamo em Nampula acusam-se mutuamente de preparação de um ataque, um mês depois dos confrontos que resultaram na morte de um polícia e de um ex-guerrilheiro do principal partido da oposição de Moçambique num tiroteio.
Em declarações hoje à Lusa, António Nihorua, o porta-voz da Renamo (Resistência Nacional de Moçambique) em Nampula, denunciou um suposto "aumento" do contingente policial naquela província "a mando da Frelimo".
António Nihorua acusou o partido no poder em Moçambique de enviar forças policiais para aquela província "para assassinar" o líder do principal partido da oposição moçambicana, Afonso Dhlakama, que há anos fixou residência em Nampula.
"Temos informações de que um pouco por toda a cidade há movimentação de mais polícias. As coisas ainda não estão bem", depois dos confrontos do dia 08 de março, disse.
"Há perseguição aos nossos membros", nomeadamente os que participaram no tiroteio entre a polícia e ex-guerrilheiros da Renamo em Nampula, disse à Lusa o chefe da mobilização e propaganda do maior partido da oposição moçambicana.
No mês passado, as autoridades policiais atacaram e ocuparam a sede da Renamo em Nampula, onde desde dezembro estavam albergados centenas de ex-guerrilheiros desta força política, alguns dos quais armados, supostamente para proteger as manifestações que o partido ameaça realizar contra o que considera uma governação antidemocrática da Frelimo.
Durante a troca de tiros, alguns ex-guerrilheiros foram feridos, mas outros puseram-se em fuga e juntaram-se à guarda do presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, que reside a algumas centenas do local das escaramuças.
Em declarações hoje à Lusa, o porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Nampula, João Inácio Dina, desmentiu a acusação de tentativa de assassínio ao líder da Renamo, assinalando que as autoridades policiais decidiram reforçar o contingente por ter constatado o "aumento de ex-guerrilheiros" nas sedes políticas daquele partido da oposição.
"Eles (a Renamo) estão a aumentar o número de ex-guerrilheiros, mas não há esclarecimentos sobre a aglomeração. Em função disso estamos a garantir a segurança ao nível da província", disse João Inácio Dina.
Sem avançar números, o porta-voz da polícia em Nampula garantiu à Lusa que "o número de ex-guerrilheiros não é o mesmo" que existia até ao mês passado, quando houve tiroteio entre as partes.
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