Dhlakama: "Estão a procurar onde a Renamo está para atacar"
08 de Julho de 2013, 11:08
O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, mostrou-se "preocupado" com os ataques alegadamente realizados pelas forças governamentais a uma pequena base do movimento, acusando o governo de "procurar onde a Renamo está para atacar".
Afonso Dhlakama falava no domingo aos jornalistas, no final do primeiro encontro que manteve com os facilitadores nacionais do diálogo entre o executivo e a Renamo, após o ataque a uma sub-base da sua força política no povoado de Pandja, em Muxungué, distrito de Chibabava.
"Eles é que estão a procurar onde a Renamo está para atacar, mas quando a Renamo perseguir e atacar começam a gritar", disse Afonso Dhlakama.
De acordo com fontes hospitalares ouvidas pela Lusa, há pelo menos 18 feridos, mas a Agência France Press assinala a ocorrência de "vários mortos".
Em nota enviada à Lusa no sábado, "a Renamo comunica que mais uma vez foi atacada pelas forças governamentais em Muxungué, localidade Mangomolito, povoado de Pandja, durante todo o dia 5 e madrugada do dia 6".
Falando à Lusa, o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, disse que os ex-guerrilheiros do partido de Afonso Dhlakama responderam ao ataque, causando "muitas baixas do lado do Governo", mas, não especificou o número de vítimas da parte da oposição.
"Houve elementos da força conjunta [Forças Armadas de Defesa de Moçambique - FADM - e Força de Intervenção Rápida - FIR] que alertaram sobre o ataque. Os nossos homens já estavam precavidos, por isso, deram pronta resposta", disse à Lusa Fernando Mazanga.
Relatos feitos à Lusa por testemunhas em Muxungué dão conta de que a FIR e as FADM "queimaram todas as palhotas" da da Renamo.
O comandante da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Sofala, Joaquim Nido, afirmou à imprensa moçambicana que a FIR e as FADM "destruíram 53 palhotas de bandidos", numa alusão aos ex-guerrilheiros da Renamo aí acampados.
Em Abril, a polícia de Sofala atacou uma sub-base da Renamo em Muxungué e deteve 15 ex-guerrilheiros aí aquartelados, supostamente porque realizavam "manobras militares".
Em retaliação à invasão da sua sede pela polícia, a Renamo fez um "ataque-surpresa" à FIR instalada no comando da polícia em Muxungué, de onde retirou os seus homens que estavam em reclusão.
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