"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



domingo, 10 de julho de 2011

A BURCA E A EDUCAÇÃO – QUESTÃO SEM MOTIVOS DE SER




Necessidade de evitar e combater o Fundamentalismo Religioso?

Segundo o Artigo 24 da Constituição da República da Pátria Amada, todo o cidadão Moçambicano tem o direito a educação.  Esta é a defesa que alegam os nossos irmãos muçulmanos em defesa das meninas que viram o seu direito de estudar vedado por porem a BURCA. E segundo as fontes, eles defendem que o véu islâmico é um símbolo religioso que tem como objectivo evitar tentações de assedio sexual das mulheres ao mostrarem suas partes do corpo sensíveis. Mesmo, as freiras cristãs usam-no porque nada está legislado contra o seu uso no país, eles afirmam.

O Papel da Religião deve sempre distanciar-se do Fundamentalismo Religioso
A primeira coisa que os nossos irmãos muçulmanos devem ter em conta é que Moçambique não é um País nem Muçulmano nem Cristão, o que quer dizer que as práticas religiosas não devem nunca pôr em causa as normas que regem a boa convivência entre os Moçambique. Segundo, devem saberem que existem normas internas de cada ministério ou instituição que não estão na Constituição da República mas que se inspiram na Lei Mãe. Terceiro, a comparação que faz entre a burca e a véu das freiras, está muito desconectado, porque o véu das freiras mesmo as de clausura, deixam ver a cara da pessoa que mesmo uma criança pode distinguir a cara de uma da outra. Quarto, esqueceram-se de que ao obrigarem as meninas e as mulheres muçulmanas a porem a burca, estão a tirar o direito delas de se apresentarem e serem conhecidas como qualquer cidadão moçambicano se apresenta e é conhecido. Quinto, devem procurar distinguir as coisas, colocar cada coisa no seu respectivo lugar; deixa a religião jogar o seu papel como sempre fez e distanciem-se do fundamentalismo religioso. A religião tem e é uma autoridade moral muito acima de toda politica ou ideologia do mundo. Por isso, deixem que cada coisa cuide do seu papel sem criar problemas ou entraves ao bom funcionamento da outra.

Não pensem que por não serem muçulmanos, os outros moçambicanos não sabem nada sobre a religião islâmica. A origem da Burka, tem a ver com as tribos pagãs da Arábia Saudita e não religiosa como invocam. A cara da mulher em Moçambique nunca foi, não é e nem será parte intima do corpo, porque as pessoas são conhecidas a para além de tudo através da cara. E se a cara também tapam como se conhecerá a pessoa. Hoje em que todos suspeita a todos por causa do terrorismo no mundo, como é que um professor vai se sentir a vontade com alguém que está toda ela tapada? Julgo que ninguém duvida que os suicidas algumas vezes usam este sistema para matar os outros em nome da religião.

Será que nas escolas Moçambicanas as muçulmanas são mais frágeis que só elas serão assediadas e que para evitar esta mal que é uma realidade nas escolas e não só e as outras não? Não será esta uma boa oportunidade para usar a religião e ajudar o estado a saber educar o seu povo e não consumir as coisas que vem de fora e que não ajuda a ninguém? Não será tempo oportuno para sensibilizar os nossos comerciantes “mwenyés” a deixar de importar e vender maniqués nas suas lojas. E esses mwényes são todos muçulmanos que obrigam as suas filhas e esposas a pôr a burka. No entanto, vendem coisas que não querem ver no corpo das suas esposas ou filhas…..não serão eles que promovem esses assédios, melhor as violações sexuais? Pelo que eu saiba, todas escolas da Pátria Amada têm uniforme escolar que maior parte dele é feito de calças e camisas para ambos sexos. Então porque não podem elas porem as calças e as camisas do uniforme da escola? Porque devem ser diferentes das outras crianças…..? se têm problemas de definir as partes intimas duma mulher peçam ao estado para que dê a conhecer para evitar esses equívocos.

Ao Estado Moçambicano, apelo que trate esta questão com muita atenção e delicadeza para evitar problemas graves num futuro próximo. É também uma chamada de atenção a uma reflexão dos nossos governantes a serem primeiros a colocar casa coisa no seu respectivo lugar, politica no momento da politica e a religião no seu momento. Digo isto porque o facto dos nossos governantes estarem sempre de uma Igreja a outra, de uma mesquita a outra, favorece algumas atitudes que depois o próprio governo amanha pode não conseguir controlar. A politica da Frelimo não devia obrigar os nossos governantes a deixarem a sua Igreja ou Religião para ir rezar noutra para responder as questões politicas e assim ganhar as pessoas a partir das Igrejas e mesquitas.

Eles são governantes e todos moçambicanos merecem o mesmo tratamento, no entanto, não se deve tirar a liberdade religiosa deles para satisfazer a politica. Se um cristão por exemplo passa todos os domingos visitando outras Igrejas…… quando estará na sua própria e rezar com os seus? E isso não condicionará algo indesejável e com quem se identificarão estes filhos de Deus que também têm direito de rezar na sua religião e não do outro.  Aprendamos a colocar as coisas no seu merecido lugar e não trocarmos. Não usemos a cabeça para andar e as pernas para pensar……mesmo na religião cristã, cada um tem uma própria perspectiva de Cristo que crê diferente do outro e assim não é bom que alguém esteja num ambiente de culto onde não se sente livre porque não se identifica….não se deve usar a religião para ganhar as pessoas politicamente ou seja para satisfazer os interesses/exigências politicas partidárias.
A questão das manifestações que os nossos irmãos muçulmanos preparam podem se evitar com diálogo.
Apelo a todos muçulmanos a não se deixarem enganar e levar com alguns fundamentalistas muçulmanos que têm o seu próprio interesse para pôr em causa a paz e a boa convivência que gozamos no nosso país. Não usem a religião para fazer guerras, porque os verdadeiros moçambicanos que sabem colocar cada coisa no seu saco, não querem guerra em nome da religião. Comecem a ver as coisas de outra maneira e parem de escravizar a mulheres. Elas também são criaturas de Deus que merecem viver livres e apresentarem se como as outras mulheres moçambicanas se apresentam.

Usemos a lei não somente naquilo que nos beneficia como na evocação do artigo 24 da Constituição, mas também em todos os casos mesmo que sejam contra nós. Ou usámo-la ou não mencionamos em nada. Elas têm direitos e também os deveres. Cada direito é acompanhado com um dever, o que quer dizer que o direito educação é acompanhado com muitos deveres que eles não apresentam…..

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