"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



sexta-feira, 8 de julho de 2011

“Dirigentes devem amar a transparência”



- diz Dom Francisco Chimoio comentando a Carta Pastoral para o Canalmoz / Canal de Moçambique

“Penso que os nossos dirigentes devem aproveitar-se dos lugares que ocupam para fazer o bem possível. Permitir que os seus concidadãos possam confiar neles. Esta confiança só se pode ganhar com um bom trabalho, transparente…. É preciso ter amor à transparência” – Dom Francisco Chimoio, Arcebispo de Maputo

Maputo (Canalmoz) – O arcebispo de Maputo, Dom Francisco Chimoio, aceitou tecer comentários sobre o conteúdo da mais recente Carta Pastoral dos Bispos Católicos de Moçambique, na qual este grupo de prelados critica muitos aspectos da governação em Moçambique, com principal ênfase para a gestão dos mega-projectos. Os bispos entraram ao lado dos que defendem que o Governo devia rever os contratos com os mega-projectos para permitir mais ganhos para o País. Convidado a comentar a Carta, Dom Chimoio disse que esta (a carta pastoral) é um dos mecanismos através do qual a Igreja contribui para a construção do país.
“Devemos usar todos meios para que a paz, a justiça, o amor reine no meio de nós”, disse o bispo da capital moçambicana, aludindo a Carta Pastoral como um destes meios.
Mas Dom Chimoio foi mais ao fundo, comentado sobre o conteúdo da carta…
“Cada um deve ocupar o espaço que lhe compete. O ministro, no espaço de ministro, o presidente, no espaço de presidente, e cidadão simples, no espaço de cidadãos simples. Devemos usar os meios ao nosso alcance para permitir a paz e serenidade. É necessário que todos usem os meios ao seu alcance para que a justiça seja uma realidade tangível, para que o amor e a verdade sejam realmente algo que acompanham a todos nós”, disse o arcebispo de Maputo.
A Reportagem do Canalmoz – Diário Digital e do Canal de Moçambique – Semanário perguntou a Dom Chimoio o que acha da governação em Moçambique, ao que respondeu nos seguintes termos: “Penso que os nossos dirigentes devem aproveitar-se dos lugares que ocupam para fazer o bem possível. Permitir que os seus concidadãos possam confiar neles. Esta confiança só se pode ganhar com um bom trabalho, transparente…. É preciso ter amor à transparência”, disse o arcebispo, deixando em entrelinhas uma mensagem clara.
O arcebispo disse que a Carta Pastoral não é o único instrumento que a Igreja usa para manifestar suas preocupações junto do Governo. “Nos encontros que temos tido com os governantes, temos manifestado as nossas preocupações. Todos precisamos de ser ajudados. Nenhum de nós nasceu sabido. Temos tido a ocasião de dialogar e também deixar por escrito para que algumas coisas possam ser partilhadas com os outros”, afirmou ainda Dom Chimoio.
A terminar o prelado disse estar esperançado que as reclamações da Igreja sejam acolhidas por quem governa o País. “Creio que quando alguém fala, o outro escuta. Não vou pretender que depois do meu diálogo, tudo mude, mas todos moçambicanos precisam de ser respeitados, escutados e ter que encontrar instância que acolha a sua preocupação. Deve ser dada a todos oportunidade de exprimir-se e falar das suas dificuldades”. (Borges Nhamirre)

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