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terça-feira, 4 de março de 2014

Renamo mata quatro militares e fere cinco

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NUMA APARENTE REACÇÃO ÀS DECISÕES DA III SESSÃO DO CC DA FRELIMO
O eleitorado vai associar Filipe Nhussi à guerra. Ele vai pagar nas urnas o facto de, em mais de 20 anos, ter tirado os militares dos quartéis, para tentar resolver um problema político pelas armas. É uma nódoa, é um candidato conotado com a guerra Fernando Mazanga, porta-voz oficial da Renamo
Numa aparente “reac­ção” às resoluções da III sessão do Comité Cen­tral (CC) do partido Frelimo terminada domingo à noite, horas depois, portanto na manhã desta segunda­-feira, homens armados supostamente da Rena­mo abatiam a tiro quatro militares governamentais e feriam cinco, na região da Gorongosa, província central de Sofala.
A III sessão do CC elegeu o actual ministro da Defesa, Filipe Nhussi, que em me­ados de Outubro dirigiu o assalto militar a Sadjundira, em Sofala, onde há sensivelmente um ano residia o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, de onde escapou nessa altura para “parte incerta”, até hoje. Dias antes do assalto a Sadjundira, Nhussi afirmara, publicamente, reagindo a um alegado ataque de homens supostamente da Renamo a um grupo de soldados do Governo, que os atacantes haviam “provocado sarna para se coçar”.
Comentários de Mazanga
Enquanto isso, na cidade de Maputo, a ala política da Renamo, o ainda principal partido da oposição moçambicana, considerou esta segunda-feira uma “nódoa” a eleição de Nhussi para candidato presidencial da Frelimo, partido no poder desde 1975, ano em que o país se tornou independente de Portugal, apontando que o nomeado “está conotado com a guerra”. Fernando Mazanga, porta-voz oficial da Renamo, referia-se deste modo aos confrontos entre o Exército moçambicano e homens armados fiéis a Afonso
Dhlakama, principalmente no Centro de Moçambique, devido à tensão política provocada pelo diferendo entre o movimento e o Governo em torno da lei eleitoral, entretanto já ultrapassado.
O eleitorado vai associar Filipe Nhussi à guerra. Ele vai pagar nas urnas o facto de, em mais de 20 anos, ter tirado os militares dos quartéis, para tentar resolver um problema político pelas armas. É uma nódoa, é um candidato conotado com a guerra”, afirmou Fernando Mazanga. Para Mazanga, o candidato da Frelimo é um “continuador do desgoverno” que tem sido alegadamente protagonizado pelo Executivo do actual Chefe do Estado moçambicano, Armando Guebuza, e presidente da Frelimo.“Os moçambicanos sabem que com este candidato esperam o mesmo, porque, na Frelimo, mudam as pessoas, mas continua o regime. Nhussi é um candidato já manietado pelo sistema”, enfatizou Mazanga.Com Filipe Nhussi a candidato, adiantou Fernando Mazanga, o descontentamento da população contra a Frelimo vai aumentar e as oportunidades de vitória para o candidato da Renamo, presumivelmente, o seu líder, Afonso Dhlakama, serão acrescidas.
CORREIO DA MANHÃ – 04.03.2014

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