"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quarta-feira, 26 de março de 2014

Forças de Defesa e Segurança cobram 500 meticais para cruzar a EN1, entre o Muxúnguè e Save
Escrito por Victor Bulande   
Depois do consenso alcançado entre o Governo e a Renamo nas negociações que decorrem em Maputo, e que culminaram com a revisão da legislação eleitoral, pelo Parlamento, não há registo de ataques a viaturas civis que todos os dias cruzam a Estrada Nacional nº1, entre o rio Save e o posto Administrativo de Muxúnguè, na província de Sofala. Entretanto, as Forças Armadas de Defesa de Moçambique e a Força de Intervenção Rápida que continuam na região criaram uma "portagem" no troço. “Exigiram 500 meticais e disseram que podíamos seguir sem escolta. Saímos dali e quando encontrámos o segundo posto de controlo, que dista cerca de 100 quilómetros, exigiram-nos mais 500 meticais”, relata um cidadão que precisa de usar com frequência, para o seu sustento, a única ligação rodoviária entre o norte, centro e o sul de Moçambique.
O @Verdade conversou com um cidadão que atravessou o troço na semana passada e que deplora o ambiente que viu e o comportamento dos agentes da FIR e militares da FADM. “É lamentável. Eles estão sempre bêbados e com armas em punho”.
“Vínhamos de Maputo e quando cheguei à ponte sobre o rio Save a escolta já tinha partido. Eram duas viaturas, a nossa e a de um grupo de cidadãos chineses. Exigiram 500 meticais à outra e disseram que podíamos seguir sem escolta. Saímos dali e quando encontrámos o segundo posto de controlo, que dista cerca de 100 quilómetros, exigiram-nos mais 500 meticais”, relata.
Militares estão sempre bêbados
Segundo vários cidadãos que tem passado pelo troço Save - Muxúnguè, e vice versa, “reina uma total anarquia naquele troço. Eles nem escondem. Dizem: dêem-nos o valor para poderem atravessar senão vamos regar (incendiar) as vossas viaturas. Não nos custa nada. Tudo o que acontece de mal aqui pode ser atribuído aos bandidos armados. Eles bebem com armas em punho e apontam-nas às pessoas quando fazem essas ameaças. Em caso de ataque, como vão reagir se estarão sob efeito do álcool?”.
Em relação às colunas, as nossas fontes afirma que as mesmas já não oferecem a mesma segurança que as anteriores. Agora, com o fim dos ataques, os meios e elementos das forças governamentais foram reduzidos para mais de metade.
“Faço sempre aquele trajecto e agora só há uma viatura blindada que fica à frente das civis. Os restantes elementos da Força de Intervenção Rápida, que não chegam a duas dezenas, escondem-se em camiões. A escolta segue a alta velocidade e se acontece algo com a sua viatura não tens como pedir socorro.”


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